Moma
Por VÍCTOR MÁQUINA
Perto de três mil pessoas, entre homens e mulheres, estão desde finais do mês de Fevereiro envolvidas na exploração ilegal de ouro na mina Brazão Mazula, no povoado de Marins, posto administrativo de Chalaua, distrito de Moma em Nampula. Dados em nosso poder indicam que os garimpeiros invadiram a área depois que um grupo de jovens locais decidiu avançar por um ensaio quanto à existência ou não de recursos minerais próxima do Rio Mikikisa ao que acabou sendo uma realidade.
Hoje e mercê das potencialidades, a região constitui um verdadeiro atractivo para os apaixonados pelo garimpo, facto que leva a convergirem em Marins muitos indivíduos, entre nacionais e estrangeiros.
O curioso é a forma como a informação quanto às potencialidades da mina se propagou e indivíduos ligados ao comércio até já avançaram com a instalação de barracas, embora de construção precária, para oferecer serviços de primeira necessidade aos mineiros.
No distrito de Moma e segundo soubemos, a questão mereceu avaliação do lado das autoridades que de imediato despachou equipas ao terreno, as quais reportaram a veracidade dos factos às estâncias superiores, a quem compete decidir sobre o sucedido.
Já na Direcção Provincial dos Recursos Minerais, a nossa Reportagem apurou que a zona compreende 10 mil hectares, concessionados ao cidadão Brazão Mazula, ex-presidente da Comissão Nacional de Eleições e reitor da Universidade Eduardo Mondlane, para efeitos de prospecção e pesquisa, há três anos, estando a licença prestes a caducar sem nenhum resultado.
O inspector-chefe dos recursos minerais em Nampula, Fila Lázaro, confirmou a invasão e esclareceu que o proprietário da concessão abandonou parcialmente a área não se sabendo ao certo o que se está a passar.
Devido à acção dos garimpeiros, acrescenta a fonte, a inspecção tratou de o notificar, isto há duas semanas, para no espaço de 20 dias se explicar da realidade.
A fonte prossegue dizendo que perante o cenário e a avaliar pelo posicionamento do cidadão Brazão Mazula, o sector dos recursos minerais se vê a recorrer a legislação, o que a acontecer pode ditar a perda da licença e o consequente parcelamento da área aos garimpeiros.
O inspector-chefe dos recursos minerais de Nampula disse que na zona está mesmo a sair o ouro descoberto pela população, e acrescenta que, o que não se sabe são as potencialidades do jazigo dada apatia por parte da empresa que devia apurar a realidade dos 10 mil hectares.
DIÁRIO DE MOÇAMBIQUE – 28.03.2012