Trabalhadores do Caminho-de-Ferro de Luanda (CFL), há oito dias em greve, rejeitaram hoje o pedido da direção no sentido de retomarem as atividades, sob a promessa de verem as suas reivindicações atendidas dentro de 45 dias.
As reclamações dos cerca de 400 operários do CFL em greve datam já de há algum tempo e estão na sua base o pagamento do reajuste dos seus salários em mais de 100 por cento, seguro de saúde, a funcionalidade do posto médico, melhores condições de trabalho, subsídios de percurso dos cobradores de bilhetes e de funeral dos trabalhadores e familiares.
Em declarações à Agência Lusa, o secretário da Comissão Sindical, Silas José, disse que os trabalhadores exigem também o pagamento de três meses de retroativos, a partir de novembro de 2011.
Na assembleia de trabalhadores de hoje, grevistas deixaram vincado que não retomarão aos trabalhos enquanto não for resolvido problema.
"Queriam (direção) fazer um acordo coletivo, mas os trabalhadores não aceitaram, porque se num ano não conseguiram cumprir com as suas promessas não será em 45 dias", referiu Silas José.
Um caderno reivindicativo foi apresentado à direção do CFL, ao Ministério dos Transportes, em Agosto de 2011, entretanto, nenhuma das reclamações foi atendida. Em novembro de 2011, um despacho do ministro dos Transportes, Augusto Tomás, levou ao adiamento da greve anunciada pelos trabalhadores.
"A greve vai continuar por tempo indeterminado, até a direção resolver as nossas exigências", disse Silas José.
A Lusa tentou contactar a direção do CFL, mas não obteve sucesso.
Na segunda-feira, o presidente do conselho de administração do CFL, contactado pela Lusa disse que iria comunicar ao ministro o resultado da assembleia de trabalhadores.
NME
Lusa – 27.03.2012
NOTA:
Ainda haverá quem se lembre da greve no porto e CFM de Lourenço Marques nos tempos “coloniais”? Mas foi nos tempos “coloniais”. Agora já independentes, não se justificam greves. Em Angola ou em Moçambique.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE