A PetroSA, uma companhia petrolífera estatal sul-africana, está a negociar com as autoridades moçambicanas a possibilidade de construir uma fábrica para a conversão de gás natural em combustíveis líquidos (GTL, sigla em inglês) para satisfazer a crescente demanda de diesel em Moçambique e na região da África Austral.
A fábrica, orçada em quatro biliões de dólares norte-americanos, terá uma capacidade para produzir cerca de 40.000 barris de combustível por dia, anunciou quarta-feira o director da divisão GTL da PetroSA, Gareth Shaw.
A nova fábrica vai ajudar a suprir a crescente demanda de combustíveis líquidos, diesel em particular, na região da Africa Austral.
Segundo Shaw, a futura fábrica poderá usar a nova tecnologia de baixa temperatura “Fischer-Tropsch” que foi desenvolvida pela PetroSA. A mesma tem a vantagem de possuir um grau de conversão de 70 por cento, contrariamente a taxa de 40 por cento que se regista com o uso de outras tecnologias.
“O crescimento industrial que se regista em Moçambique está a catapultar o consumo de diesel nesta região”, disse Shaw, que falava na quarta-feira, em Maputo, durante uma conferência sobre energia e mineração.
Actualmente, Moçambique é um importador de combustíveis líquidos, consumindo anualmente cerca de 900.000 toneladas de produtos petrolíferos, segundo informações prestadas durante o evento por uma fonte do ministério da energia.
Nos últimos meses, a Anadarko Petroleum, uma companhia americana, e a Eni S.p.A, multinacional italiana, anunciaram a descoberta de enormes depósitos de gás natural na bacia do Rovuma, na região norte de Moçambique.
Ademais, vários analistas acreditam que os depósitos de gás natural em Moçambique poderão atingir mais de 100 triliões de pés cúbicos.
Numa primeira fase, as companhias petrolíferas tencionam produzir gás natural liquefeito. Contudo, Shaw acredita que também se justifica uma fábrica para a produção de combustíveis líquidos.
REUTERS/SG/DT
AIM – 26.04.2012