MAIS de 20 famílias que viviam no interior do Parque Nacional da Gorongosa e na Coutada oficial nº1, no distrito de Marromeu, encontram-se envolvidas num processo de reassentamento fora dos limites daquela estância turística, no âmbito da mitigação do conflito Homem/fauna bravia ao nível daquelas zonas da província de Sofala.
Trata-se de um acto que visa reduzir a perca de vidas humanas e a destruição de celeiros e campos agrícolas que, nos últimos tempos, atinge contornos alarmantes com a explosão da fauna.
De acordo com o director de Turismo, Aníbal Nhampossa, que falava durante uma visita que o governador de Sofala, Carvalho Muária, efectuou recentemente à sua instituição, o problema de fundo é que as pessoas vivem nas reservas, onde praticam a caça furtiva o que culmina nestes conflitos.
Com efeito, anotou que o governo continua a multiplicar acções de sensibilização nas comunidades sobre o perigo que representa viver em áreas dominadas por animais selvagens.
No caso vertente, segundo o governador Muária, deve haver acções coordenadas entre sectores afins como Turismo, Agricultura, Polícia da República de Moçambique e a própria população afectada. Muária defende mesmo o abate selectivo dos animais problemáticos, porque, no seu dizer, a vida do Homem reveste-se de maior importância relativamente qualquer outro animal.
Contudo, numa primeira fase, o governante precisou que todo o animal problemático deve ser afugentado e, quando tal não se consegue, a única solução é o seu abate imediato.
Os distritos de Chemba, Caia e Marromeu, em Sofala, conhecem, anualmente, o registo de um grande número de situações de conflitos Homem/fauna bravia, principalmente protagonizadas por crocodilos e hipopótamos que abundam no Zambeze, além de elefantes que actuam no interior.- HORÁCIO JOÃO