AS 34 mil oportunidades de emprego que poderão ser criadas pelos projectos de investimento aprovados no ano passado estão longe de serem preenchidas por moçambicanos, devido à falta de qualificação.
O défice verifica-se sobretudo nas áreas de minas e hidrocarbonetos, por sinal as que têm vindo a ser destino da maior parte do investimento estrangeiro que entra em Moçambique.
Trata-se de uma matéria que juntou, ontem em Maputo, o Governo, estabelecimentos de da área de formação e sector privado, na procura de um modelo de formação que possa responder cabalmente ao desafio de escassez da mão-de-obra qualificada.
Assim, com o encontro de ontem pretendia-se ouvir a sensibilidade do sector privado sobre as suas reais necessidades de mão-de-obra, bem assim o respectivo perfil de formação para, em função disso, se definirem currículas de ensino para responder ao mercado de emprego.
Intervindo na abertura do encontro, o Primeiro-Ministro, Aires Ali, referiu que Moçambique é destino preferencial de investimento estrangeiro, colocando-se como desafio a necessidade do capital humano que tenha capacidade de extrair os recursos naturais à sua volta e transformá-los em fontes de geração de riqueza.
Para Aires Ali impõe-se assegurar que na implantação dos investimentos se criem oportunidades de emprego para os moçambicanos, o que exige acções de formação técnico-profissional que confiram à mão-de-obra nacional um nível de qualificação cada vez mais elevado e ajustado às necessidades do mercado.
Aliás, tal como fez questão de lembrar Aires Ali, o Governo está a implementar um programa de reforma da educação profissional, tendo em vista o estabelecimento de um sistema de educação profissional, integrado, coerente, flexível e orientado para o mercado de trabalho.
“O surgimento de grandes projectos de investimento no país e as necessidades de mão-de-obra daí emergentes, encoraja-nos a prosseguir com a filosofia plasmada na reforma que promove a participação de todos os parceiros sociais. O Governo encoraja o sector produtivo a juntar-se aos esforços de promoção de uma educação profissional relevante e de qualidade alinhada às necessidades de desenvolvimento do país”, enalteceu Aires Ali.
Para o Ministro da Educação, Zeferino Martins, com a reforma em curso muda-se o paradigma da educação profissional passando a orientar-se pela procura, o que significa que o sector produtivo tem uma palavra a dizer.
Segundo o ministro, no Instituto de Geologia e Minas de Moatize vai ser introduzido um curso médio de Mineralogia; na Universidade Eduardo Mondlane haverá licenciatura em Geotecnia e um curso de Economia ligado a petróleo, no Instituto Superior Politécnico.
Para além disso, pelo menos 300 licenciados em Matemática, Física, Química e Engenharias estão a fazer cursos nas áreas de gás e petróleo em diversos pontos do mundo, com destaque para Itália, China e Malásia.