DUAS pessoas morreram ontem em consequência de um naufrágio do batelão Cuacua ocorrido na travessia entre Quelimane e Inhassunge na Zambézia.
Presume-se que o sinistro fluvio-maritimo tenha sido provocado por negligência da tripulação que no momento do carregamento não amarrou a embarcação com os cabos para evitar que ela se movimentasse com a corrente da água e vento forte que se fez sentir na altura.
Depois dos passageiros e carga diversa estar no interior do batelão, de repente apareceu uma corrente acompanhada de vento forte que empurrou a embarcação, que por sua vez, foi embater no tabuleiro da Doca Seca de Quelimane, donde se anichado debaixo da ponte, entornando para o rio todos os passageiros e carga diversa.
Graças ao apoio das pequenas embarcações que na altura da ocorrência estava no local maior parte dos passageiros, bicicletas e motorizadas foram retiradas, evitando assim muitas perdas humanas e avultados danos materiais. O Comandante da tripulação que não quis se identificar negou prestar qualquer declaração aos Jornalistas tendo dito apenas que lamentava o facto do seu homem das máquinas ter ficado desaparecido.
Testemunhas oculares disseram à nossa Reportagem no local que a embarcação tenha problemas mecânicos e semana passado quando fazia o trajecto Inhassunge-Quelimane o motor parou ao largo do Rio dos Bons Sinais tendo fica cerca de meia hora a espera de socorro.
O batelão Cuacua está ser gerido pela Transmaritima em Quelimane. Na altura da ocorrência não haviam fiscais da Administração marítima nem o corpo de bombeiros, muito menos do pelouro de Transportes e Comunicações, mesmo sabendo se que a atravessaia entre os dois pontos é bastante vulnerável. Ate as quinze horas, a hora que a nossa Reportagem se retirou da ponte da Doca Seca, não apareceu ninguém; ou seja; nem os Fiscais da Administração Marítima, nem o corpo de salvação pública.
Muitos cidadãos que seus familiares que trabalham em Inhassunge fizeram-se ao local para confirmar se seus parentes estariam ou não entre os náufragos. Há funcionários do Estado, das ONGs e estudantes que todas as manhas vão a labuta em Inhassunge e só voltam a Quelimane no final do dia. Pessoa há que não tendo se encontrado com seus parentes não resistiram em fazer cair lágrimas nos olhos com uma certa nostalgia. É o exemplo, de Maria Mizé que quando soube do sucedido correu para o local para ver o seu marido que todos os dias vai e regressa de Inhassunge onde trabalha.
Como não equipas de salvamento e muito menos de fiscalização nada ainda se pode avançar mas o mais certo é que há pessoas desaparecidas.
Uma outra razão que está na origem do sinistro é que a embarcação fazia o carregamento num local impróprio que não rampa de acostagem.
Os passageiros tinham de subir numa embarcação já velha e inoperacional para ter acesso ao batelão. Como tal, nesse local não há cabos para prender o batelão e bastou um pequeno vento ocorreu logo o acidente.
- Jocas Achar