OS parceiros de cooperação do Governo manifestaram ontem a sua preocupação em relação a manutenção de estradas, defendendo que esta acção deve ser feita de forma atempada e adequada para evitar a degradação precoce da rede viária do país.
A inquietação foi apresentada por Joseph Ribeiro, representante do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), em Maputo, durante o encontro de avaliação e monitoria do Programa Integrado do Sector de Estradas (PRISE).
Ribeiro, que falava em representação dos parceiros do sector de estradas, disse que a questão surge porque persistem casos de demora no início da manutenção das rodovias, o que concorre para a sua rápida degradação.
“A manutenção inicia logo depois da reabilitação ou construção da estrada e deve durar todo o ciclo de vida da mesma pelo que incentivamos aos intervenientes do sector a garantirem que esta acção seja feita de forma adequada em todas as vias”, disse.
No entanto, de acordo com Joseph Ribeiro, apesar da preocupação, no ano passado o sector melhorou consideravelmente o seu desempenho em relação a 2010, em termos de execução física das obras e na planificação financeira.
Afirmou que estas melhorias estão a contribuir para a elevação da qualidade da rede viária do país. Ribeiro, referiu que apesar de melhorias, há ainda aspectos por reforçar, entre os quais a partilha de informação ligada as iniciativas que não constam do PRISE e o encurtamento do prazo para efectividade dos projectos.
“Há uma necessidade de o sector de estradas melhorar o tempo de reacção no processo de desembolso, na qualidade de informação recolhida durante a preparação do projecto e adequar a monitoria das obras” reiterou.
Por sua vez, o presidente do Fundo de Estradas, Elias Paulo, disse que se registam progressos assinaláveis nas actividades preparatórias para a implementação de projectos de reabilitação de estradas nacionais.
Sustentou a sua afirmação, apontando a implementação, a bom ritmo, dos projectos das estradas Montepuez/Lichinga, Mocuba/Nampevo e Macomia/Oasse. Acrescentou que foram igualmente iniciados contratos para as estradas Rio Ligonha/Nampula, Namialo/Rio Lúrio, Gurué/Magige e Caniçado/Chicualacuala.
“Assinalamos, também, o início das obras da Estrada Nampula/Cuamba, secção que faz parte do Corredor de Nacala, um projecto de âmbito regional que liga Moçambique à Malawi e Zâmbia, numa extensão de 1.700 quilómetros, a partir do Porto de Nacala até Lusaka, designado por Rota número 20 da rede de Estradas da SADC', ajuntou.
Explicou que se trata de um projecto estratégico que irá impulsionar o desenvolvimento da região em geral, e de Moçambique, em particular, através do aumento das exportações via Porto de Nacala e de criação de postos de trabalho.
De acordo com Elias Paulo, o Governo continua a privilegiar a ligação entre os distritos e as sedes provinciais, via rodoviária, o que vai facilitar a circulação de pessoas e bens, e consequentemente, impulsionar o aumento da produção e produtividade agrícolas.