A Fortaleza de São Sebastião um património histórico-cultural dos mais emblemáticos patentes na Ilha de Moçambique, está em processo de transformação para servir, num futuro imediato como centro de transmissão de conhecimento cientifico e de desenvolvimento de negócios em diferentes áreas de actividade medida que visa fundamentalmente encontrar formas de garantir a preservação da sua infra-estrutura cuja construção iniciou em 1558 e foi concluída sessenta e dois anos depois.
Esta decisão emana do consenso alcançado num encontro havido há dias na Ilha de Moçambique e que juntou, à mesma mesa, as entidades que lideram o processo de gestão do património histórico- cultural patente naquela cidade insular, nomeadamente o governo moçambicano representado pelo Ministério da Cultura e da UNESCO, (Agência das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura).
Conforme ficou vincado na circunstância, o edifício da galeria, que comporta dois pisos, vai acolher o Centro de Documentação na parte inferior enquanto o centro destinado a acolher exposições ficará localizado no patamar superior. A galeria é um dos edifícios vocalizados no interior da fortaleza que beneficiou de obras de restauração concluídas, recentemente através de um montante estimado em 1,5 milhão de dólares norte americanos desembolsados pelo governo Japonês.
De acordo com dados em nosso poder, o processo de instalação do Centro de Documentação cuja finalidade é apoiar os visitantes a compreender a história da própria fortaleza e suas divisões antes de iniciar a visita ao imóvel está já em curso e será gerida pela Universidade Lúrio, instituição pública de ensino superior sediada na capital provincial de Nampula que manifestou, igualmente, o interesse de usar um pavilhão que pode comportar três a quatro salas de aulas das turmas de estudantes que frequentarão o mestrado do curso de arquitectura na especialidade de conservação de edifícios, um espaço privilegiado para os cursantes viverem os desafios que a manutenção de imóveis impõe.
No encontro em que o Ministério da Cultura esteve representado pela directora nacional do património cultural, Solange Macamo, e a UNESCO por Jana Weydt do Centro de Conservação do Património Mundial, baseado em Paris, as partes incentivaram o empresariado a fazer o aproveitamento dos espaços para o desenvolvimento de negócios de vária índole.
Acordaram igualmente interessar o empresariado no geral no sentido de criar condições visando a abertura de um Centro Internacional de Conferências e de uma pousada para acomodação de conferencistas e turistas no interior da fortaleza, o que, seria uma oportunidade soberana não somente para a angariação de fundos que seriam colectados para custear a preservação daquele património, mas também para promover a sua divulgação em diferentes paragens do mundo.
O empresariado local tem demandado vários espaços para exploração do negócio no ramo da restauração bem assim do comércio em geral, sendo que as regras de jogo para o efeito seriam definidas pelo Gabinete de Conservação da Ilha de Moçambique em coordenação com os agentes económicos da cidade.
Jana Weydt revelou, no final do encontro, a disponibilização pela UNESCO de um montante estimado em 141 mil dólares norte americanos para custear trabalhos inseridos na segunda fase de reabilitação da fortaleza. As obras deverão arrancar em data a ser acordada pelos arquitectos que, neste momento, desenvolvem pesquisas em torno dos problemas que a fortaleza enfrenta e do material a ser usado nos trabalhos.
WAMPHULA FAX – 23.04.2012