Apesar do aumento do eleitorado de Inhambane, a Frelimo perdeu 1 000 eleitores nesta eleição, comparando com os resultados das últimas eleições autárquicas (2008). Parte desses votos podem ter “caído” para as mãos do MDM e outros para a abstenção. A sorte coube à oposição que soma e segue.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) divulgou ontem, em definitivo, os resultados das eleições intercalares de Inhambane. Os mesmos revelam um dado curioso: o partido Frelimo perdeu 1 000 eleitores nestas eleições em relação às eleições autárquicas de 2008.
Em contrapartida, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), mesmo concorrendo sozinho, triplicou os votos, ou seja, teve 3 476 (um aumento de 2 103 votos) em relação à oposição que concorreu às eleições de 2008 (Renamo, PDD e Partido Trabalhista) que só conseguiu 1 373 votos.
Em 2008, a Frelimo teve 13 694 (90.94 %), mas, neste escrutínio, o partido no poder conseguiu apenas 12 682 (78.53%) , isto é, uma redução de 1 012 votos.
O cenário, tanto da diminuição dos simpatizantes da Frelimo como do aumento dos do MDM, poderá ter pelo menos duas interpretações: Primeiro: a Frelimo pode ter perdido os votos em benefício do MDM, já que este, ao invés de perder, duplicou; Segundo: tendo em conta o aumento da taxa de abstenção nas eleições intercalares de 18 de Abril deste ano, em relação às eleições de 19 de Novembro de 2008, parte dos eleitores da Frelimo pode ter decidido ficar em casa, na mesma altura que outra parte engrossava as fileiras do MDM. De resto, se em 2008 a abstenção foi de 20 555 (56.16 %), nas intercalares deste ano, a abstenção chegou a atingir os 26 444 eleitores (61.20%).
CASO DO MDM
No que diz respeito ao partido de Daviz Simango, este triplicou o total dos votos que a oposição teve em 2008. Ou seja, manteve os 1 373 eleitores da oposição de 2008 e adicionou-lhes 2 103 eleitores, resultando nos actuais 3 476 votos. Estes 2 103 eleitores podem advir de três fontes principais, a saber: 1) o eleitorado da Frelimo; 2) os abstencionistas; e 3) os novos eleitores recenseados para estas “intercalares”.
Com efeito, estes dados poderão ser um prenúncio de que a Frelimo deverá precaver-se nos próximos pleitos, pois a fidelidade dos seus eleitores e o voto quase que “passional” dos eleitores de Inhambane poderão chegar ao fim com o advento duma nova força da oposição – o MDM.
O país - 25.04.2012