A Ministra do Trabalho, Helena Taipo, diz que Moçambique não pode permitir que o mercado de trabalho moçambicano continue a depender de mão-de-obra qualificada estrangeira sob pena de a gerações actuais serem condenadas pelas vindouras.
Falando, segunda-feira, na abertura do seminário sobre pesquisa do Mercado do Trabalho na Africa Austral, que decorre em Maputo, reunindo bolseiros de Moçambique, África do Sul, Botswana, Quénia, Namíbia e Tanzânia, Taipo disse ser nesta perspectiva que o Governo está a envidar esforços visando a formação de pessoal.
Neste seminário organizado pelo Governo da Suécia, em que Moçambique participa com cinco bolseiros, os estudantes irão apresentar os seus trabalhos de fim de curso.
O evento conta com a presença de funcionários e especialistas suecos que estão a frente dos destinos deste projecto.
Este projecto, segundo Taipo, encerra, em si, um significado muito especial para o país, porque surge numa altura em que Moçambique é um destino privilegiado de investimentos externos, em consequência da paz que o país vive, bem como pelos vastos e qualitativos recursos naturais que possui.
Na ocasião, a ministra Taipo disse que esses investimentos exigem em contrapartida um acompanhamento adequado, do ponto de vista de mão-de-obra qualificada, no grosso dos sectores específicos, destacando que a própria informação sobre o mercado de trabalho não é suficiente, razão pela qual muitos ficam à margem do que acontece no país, quanto à participação activa nesses investimentos e no próprio desenvolvimento integral.
Os cinco moçambicanos que participam neste projecto da Suécia, intitulado “O Papel das Políticas de Mercado de Trabalho no Alívio à Pobreza”, são provenientes do Ministério do Trabalho (MITRAB) e da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA).
As relações de cooperação entre Moçambique e a Suécia datam desde os tempos da luta de libertação nacional, e o projecto de formação de bolseiros moçambicanos teve inicio em 2008 e os cinco agora na fase final do curso fazem parte do terceiro grupo de nacionais a serem formados naquele país nórdico em matérias de Mercado do Trabalho.
Moçambique recebe a mão-de-obra estrangeira, mas também exporta para outros países, sobretudo na região austral de Africa, como é o caso da vizinha África do Sul onde trabalham cerca de 40 mil moçambicanos no sector mineiro e outros mais de 15 mil nas farmas agrícolas.
EM/MAD/DT
AIM – 24.04.2012