O secretário de Estado dos Combatentes da Liberdade da Pátria (veteranos de guerra) da Guiné-Bissau, brigadeiro-general Fodé Cassamá foi detido no último fim-de-semana, confirmaram hoje fontes militares.
A detenção já tinha sido anunciada pelo PAIGC, maior partido da Guiné-Bissau, em comunicado.
Segundo as fontes militares, o governante foi detido quando tentava atravessar a fronteira da Guiné-Bissau, em direção ao Senegal. As mesmas fontes disseram que a detenção de Fodé Cassamá "deveu-se a razões puramente militares".
Desde o golpe de Estado do passado dia 12, vários dirigentes do país, sobretudo membros do Governo, mantêm-se escondidos em parte incerta e outros até já saíram do país, refugiando-se no Senegal ou em Portugal.
No comunicado do PAIGC afirma-se que contrariamente à promessa que os militares fizeram à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) as perseguições a dirigentes do país ainda não cessaram.
Também em comunicado, a Liga Guineense dos Direitos Humanos denuncia alegados atos de "espancamento de cidadãos inocentes", apontando os casos do jornalista António Aly Silva, da cantora Dulce Neves, do diretor geral da APGB (Administração dos Portos da Guiné-Bissau) Mário Mussante e de Octávio Morais este último um conhecido ativista do PAIGC, residente na cidade de São Domingos, mas conduzido para parte incerta pelos militares.
MB.
Lusa – 23.04.2012