O governo moçambicano ofereceu ao Malawi, durante o fim-de-semana, um donativo composto por dois vagões de milho, um vagão de combustível, um vagão de sal de cozinha e 10 cabeças de gado.
O donativo que também, inclui 505 sacos de arroz, 20 sacos de açúcar, 20 caixas de óleo de cozinha, 50 caixas de bolachas, 500 sacos de sal de cozinha e 50 caixas de sardinhas, tem por objectivo ajudar o governo malawiano nas cerimónias fúnebres do seu antigo presidente, Bingu wa Mutharika, que foi hoje a enterrar no mausoléu da família em Thyolo, que dista cerca de 38 quilómetros da cidade de Blantyre, capital económica do Malawi.
Mutharika foi vítima de um ataque cardíaco, ocorrido a 5 de Abril corrente.
Falando hoje, em Thyolo, durante as exéquias de Mutharika, a recém empossada presidente do Malawi, Joyce Banda, agradeceu o gesto do governo moçambicano e de outros que neste momento de dor não hesitaram em estender a sua mão amiga àquele país vizinho.
“Em nome do povo e do governo do Malawi eu gostaria de manifestar a minha gratidão pelo apoio financeiro e material recebido”, disse Joyce Banda.
Prosseguindo, a estadista malawiana, disse que gostaria de agradecer, particularmente, pelo combustível doado ao Malawi.
Refira-se que o donativo de combustível teve um significado especial para o Malawi, um país que nos últimos anos se debate com uma grave crise de produtos petrolíferos devido a escassez de divisas para a sua importação.
Esta crise era caracterizada por longas filas nas estacões de serviço, uma situação que começou a registar melhorias com a oferta de combustível proveniente da Zâmbia.
Aliás, uma das estações de serviço visitada pela AIM disse, sábado, que há cerca de quatro dias que se encontrava sem uma única gota de combustível.
“Eu também gostaria de agradecer ao presidente moçambicano Armando Guebuza pela oferta de produtos alimentares durante este período de luto”, disse Joyce Banda, para de seguida vincar que a oferta de produtos alimentares vai ajudar a família de Mutharika e os residentes daquela região durante o período de luto que, segundo a família, deverá se estender por um período de 40 dias.
Assim, Moçambique junta-se a Zâmbia, que na sexta-feira também entregou o primeiro lote de 210 mil litros de combustível ao Malawi, parte integrante de uma oferta de cinco milhões de litros, uma iniciativa que visa aliviar a crise que se faz sentir naquela país vizinho.
Durante os próximos dias, o Malawi deverá receber diariamente 10 vagões cisternas, contendo cerca de 35 mil litros cada um, segundo o adjunto do alto-comissário zambiano no Malawi, Henry Ngirazi.
O gesto de Moçambique poderá ser encarado como uma melhoria nas relações entre os dois países, após um esfriamento nos últimos anos na sequência de alguns incidentes fronteiriços e decisão unilateral da antiga administração de Mutharika de avançar com o seu projecto de navegação do rio Zambeze, sem a conclusão de um estudo de impacto ambiental em Moçambique.
Participaram nas exéquias de Mutharika seis Chefe de Estado africanos, incluindo o estadista moçambicano Armando Guebuza, que chefia uma delegação que integra o ministro da energia, Salvador Namburete, o ministro na presidência para assuntos sociais, Feliciano Gundana, e Eduardo Koloma, vice ministros dos negócios estrangeiros e cooperação.
Outros estadistas são Robert Mugabe do Zimbabwe, Mwai Kibaki (Quénia), Jakaya Kikwete (Tanzânia), Thomas Boni (Benin) e Hifikepunye Pohamba, (Namíbia).
A África do Sul fez-se representar pelo vice-presidente Kgalema Motlanthe, e Angola pelo presidente da Assembleia Nacional (Parlamento), António Paulo Kassoma,
SG/DT
AIM – 23.04.2012