O LITORAL da cidade de Inhambane virou nos últimos dias, palco da campanha eleitoral dos dois candidatos ao cargo de presidente do Conselho Município desta autarquia.

Guimino “ensina” como se vota
Guimino potencia educação cívica
A marcha do candidato da Frelimo, Benedito Guimino pelo litoral de Inhambane foi ontem caracterizada pela simulação do voto e por constantes apelos aos eleitores para se dirigirem às urnas no dia 18 de Abril a fim de manifestarem a sua confiança nele. Guimino disse em Chamane que a sua ida àquele bairro tinha em vista mostrar a cara para que no dia da votação não haja confusão, reafirmando que Inhambane só se desenvolverá com a sua entrada no edifício da administração municipal, onde pretende imprimir nova dinâmica na execução dos programas deixados pelo falecido edil. “Guimino sou eu. Vim pedir o vosso voto. Estou disposto dar a continuidade aos projectos de desenvolvimento da nossa cidade. E isso só irá acontecer se no dia 18 votarem em mim. Não me confundam. Olhem bem para a minha cara. É esta que a encontrarão no boletim de voto. No quadro ao lado assinalem”, solicitou Benedito Guimino.
“Sei que o nosso adversário tem vindo a fazer promessas. São promessas falsas. A Frelimo não faz promessas falsas, aliás, quando a Frelimo promete, a Frelimo faz”, recordou o candidato, assegurando que com ele na presidência do município fica assegurado o progresso da cidade.
“Vejam bem o boletim de voto. Eu sou o primeiro, não percam tempo em procurar outra fotografia. Assinalem no primeiro e ponto final. Não se preocupem com o resto. Benedito Guimino sou eu. Estou em primeiro no boletim e quero estar em primeiro na contagem dos votos. Por isso, não hesitem; votem no primeiro”, pediu o concorrente da Frelimo, assegurando que se tal acontecer a cidade de Inhambane vai viver tempos modernos, num futuro não muito distante.
Durante a conversa com vários eleitores nos bairros ontem escalados, nomeadamente Chamane, Salela, Madila, Nhamua e Machavenga até à praia do Tofo, Guimino disse que o seu objectivo não é tão-somente chegar ao poder mas, acima de tudo, contribuir para o bem-estar de todos.
Benedito Guimino disse estar a aproximar a hora, a “hora da verdade”, a hora em que os citadinos serão chamados a escolher a figura que proximamente irá dirigir os destinos daquela que é chamada a capital da terra da boa gente.
“Não há mais nada para falar sobre o objectivo da minha presença. Já sabem que na quarta-feira da próxima semana, vamos escolher o novo presidente do município e esse presidente sou eu”, implorou.
Entretanto, os residentes do bairro Muelé II, arredores da cidade de Inhambane expressaram na tarde de quarta-feira passada, o seu desejo de confiar em Guimino para dirigir os destinos da cidade.
Albertina Carlos, uma jovem residente no bairro disse durante a cerimónia que os residentes de Inhambane dançam e acenam quando o candidato passa pelas ruas e de casa em casa apelando ao voto. Referiu que as mesmas pessoas no próximo dia 18 irão às urnas depositar o seu voto naquele que constitui o melhor concorrente para a direcção da edilidade.
“Guimino, amigo, estamos dispostos a aceitar o seu namoro; vamos votar em si, mas é necessário que saiba que a partir de então as responsabilidades se tornarão acrescidas”, disse.
Guimino disse, entretanto, que a sua administração municipal será participativa e todos serão envolvidos na tomada de decisões.
“Vou corresponder as expectativas. Comigo o município vai executar as decisões tomadas pelos munícipes. Nós, meus colegas vereadores e funcionários do Conselho Municipal, seremos apenas facilitadores. Quem faz o desenvolvimento é povo cada um no seu sector. Vamos trabalhar todos juntos”, prometeu Guimino.

Nhaca agastado com o STAE
Nhaca “ataca” órgãos eleitorais
O candidato do MDM, Fernando Nhaca, virou ontem os canos contra os órgãos eleitorais, acusando-os de estarem a orquestrar manobras para influenciarem a vitória do seu adversário político nesta corrida. Estas acusações aconteceram poucos dias depois de Nhaca ter manifestado confiança nestes mesmos órgãos, dando-lhes voto positivo pelo trabalho que têm realizado em prol de eleições livres, justas e transparentes nesta autarquia.
Nhaca disse ontem em Salela que os professores que estão a dirigir o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), estão à procura, a todo custo, de empurrar Benedito Guimino ao poder.
Para aquele candidato, as eleições são uma oportunidade para as pessoas ganharem dinheiro não havendo motivos para que o STAE não aceite que os desempregados, entre graduados em vários níveis de ensino, tenham espaço para estarem nas mesas de voto, tal como está a acontecer, segundo o candidato.
“Há muitos jovens que não têm emprego aqui. Qual é o problema de irem às mesas de voto para, por essa via, também ganharem um pouco de dinheiro?”, questiona Nhaca, para quem todos os apurados no concurso público, vão trabalhar nas mesas a favor do candidato da Frelimo.
“Quando falo de mudanças é exactamente para mudar este tipo de atitudes. Tudo vai para as mesmas pessoas. Atenção ao voto porque senão amanhã nos vamos arrepender. Falo de mudanças. Mudanças benéficas para todos”, referiu.
“Eu já falei no início da maratona eleitoral que os meus colegas professores, integrados na Comissão Provincial de Eleições, na cidade bem como no STAE da província e da cidade não precisam de ajudar o meu adversário e também colega Guimino. Eu disse e repito, que cada um de nós deve chegar onde quer que seja por mérito próprio e não influenciado ou empurrado por alguém, em prejuízo de quem, de facto merece”, sublinhou.
“Quero mais uma vez sublinhar a minha inquietação sobre actuação dos meus colegas nos órgãos eleitorais. Mesmo assim, não vou desanimar, vou à luta e a vitória é certa”, precisou o candidato.
Ontem em mais uma jornada, Fernando Nhaca privou com os residentes de Salela a quem prometeu uma governação transparente, mais perto dos munícipes e virada para resultados concretos: tirar Inhambane do marasmo, segundo vincou.
STAE não olha a cores políticas
Entretanto, a directora provincial do STAE, Rosa Maria Macause, disse a-propósito das acusações de Fernando Nhaca que a sua instituição não olha a cores políticas no exercício das suas atribuições.
“Foram mais de 500 candidaturas que deram entrada no STAE da cidade e o apuramento foi com base nas qualificações necessárias. Dos 320 em formação 270 serão membros das mesas de votação porque reuniram requisitos pretendidos para o efeito.
Nenhuma candidatura tinha cunho político, portanto, são acusações do candidato do Movimento Democrático de Moçambique que não dizem respeito aos órgãos eleitorais” explicou Rosa Maria.
- Vitorino Xavier