- Dia-após-dia a infra-estrutura está a perder a sua beleza arquitectónica, que vinha representando um dos principais marcos da unidade e orgulho nacional
Aquela que constitui uma das principais obras de engenharia e arquitectura construídas em Moçambique no período pós colonial – que representa o orgulho nacional e da moçambicanidade – referimo-nos a ponte Armando Emílio Guebuza, construída sobre o rio Zambeze, entre os distritos de Caia (Sofala) e Mopeia (Zambézia), está a ser al;vo de vandalização por indivíduos só podem ser de má fé. A primeira, a suspeita recai sobre os residentes circunvizinhos, nomeadamente dos distritos de Caia e Mopeia.
A nossa reportagem escalou há dias a ponte Armando Guebuza, que também tem constituído um factor de atracção turística na zona, tendo constatado que a infra-estrutura tem estado vezes sem conta às escuras devido a sabotagem aos dispositivos eléctricos aí montados. A vandalização estende-se ao roubo de reflectores montados na ponte. O cenário torna-se preocupante quando se sabe que a ponte tem guarnição 24 horas ao dia, assegurada pela Força da Intervenção Rápida (FIR).
Em menos de três anos após a sua inauguração, em Agosto de 2009, a ponte está a perder parte essencial dos componentes que tornam a infra-estrutura uma obra arquitectónica de meter inveja à qualquer um. Maioria da sua sinalização já foi ou está sendo roubada.
Aproveitando-se da inoperância da força policial destacada para proteger a infra-estrutura, indivíduos desconhecidos e de má fé frequentam a ponte no período nocturno para desmontar ou, por outra, roubar reflectores colocados na ponte para montar no interior das suas residências e também nas bicicletas.
Um automobilista entrevistado pela nossa reportagem lamentou o facto de a força policial que se encontra instalada naquele local estar mais empenhada em extorquir dinheiro das pessoas que por ali transitam, no lugar de cumprir a sua obrigação que é proteger a ponte.
Um técnico da Administração Nacional de Estradas (ANE) disse-nos que aquela infra-estrutura que custou acima de 43 milhões de euros carece de uma protecção mais séria e cuidada.
Filipe Samuel, técnico da ANE em Sofala, afirmou com tristeza o cenário que se observa na ponte, referindo que a tendência da vandalização da infraestrura é deveras preocupante. Recordou que o problema de vandalização da ponte Armando Guebuza foi detectado em 2010 e de lá para cá a situação tende a piorar.
“No início, a corporação alegava que não tinha meios para vigiar toda a extensão da ponte, mas hoje não justifica tal situação porque foram afectas duas motorizadas para esse fim” – observou.
Conhecendo a infra-estrutura desde da sua fase de construção até a inauguração, disse esperava-se que a situação fosse minimizar-se mas está a acontecer que está a piorar. Hoje em dia, mais de metade dos reflectores que haviam sido montados foram roubados.
Preocupada com a situação, a ANE tomou a iniciativa de desenvolver campanhas de sensibilização junto as comunidades circunvizinhas de modo a consciencializa-las para abdicarem de toda prática que culmine com a destruição da ponte.
(Jorge Malangaze)
O AUTARCA – 24.04.2012