Nas Zonas Económicas Especiais
Por ANTÓNIO CHIMUNDO
Portugal e Tanzania destacam-se mais nos investimentos efectuados nas Zonas Económicas Especiais (ZEE) de Nacala, na província nortenha de Nampula. A Índia e Itália ocupam a terceira e quarta posições. Depois daqueles quatro países, existem em curso nas ZEE de Nacala os projectos financiados pela China, Brasil, Nigéria, Ruanda, Inglaterra e a África do Sul.
O facto foi há dias tornado público por Danilo Nalá, director-geral do Gabinete das Zonas Económicas de Desenvolvimento Acelerado (GAZEDA), na conferência que concedeu a jornalistas à margem do terminado 8.º conselho coordenador do Ministério da Planificação e Desenvolvimento, realizado na autarquia de Ulónguè, em Angónia, província de Tete.
De 2009 a esta parte foram aprovados pelo GAZEDA vários projectos de investimento, os quais absorveram pouco mais de 350 milhões de dólares, de acordo com a mesma fonte.
São projectos que abarcam várias áreas, desde a agricultura até à indústria. O comércio, isto é, as trocas comerciais, é que ocupa o primeiro lugar, com cerca de 73 por cento de iniciativas aprovadas pelo GAZEDA, e a seguir está a indústria e serviços de turismo, entre outras.
Danilo Nalá disse que estão em negociação outros projectos, sendo uns para a Zona Económica Especial (ZEE) de Nacala e ZFI de Maputo. “Temos um projecto estruturante para a produção de fertilizantes em Nacala, de transformação das areias pesadas de Angoche e o outro de aproveitamento do alumínio para a fabricação de cabos eléctricos para viaturas e outros, em Maputo” – explicou.
Acrescentou que “a fase em que está a negociação dos projectos, permite-nos ter os valores de investimento muito por alto, pois depende dos volumes de exploração, da matéria-prima, mercados, mas associando a estes três projectos a que me referi, são projectos que vão até quatro ou cinco biliões de dólares. São projectos estruturantes, porque à sua volta existem muitos outros que surgem para aproveitar estes grandes projectos”.
O conferencista fez uma avaliação positiva dos projectos já em curso, explicando que na Zona Económica Especial de Nacala, os resultados são visíveis, visto que a estrutura da cidade e a qualidade do nível de vida dos cidadãos têm estado a mudar para o melhor.
“Quando nós fazemos a promoção de investimentos, fazemos uma listagem de uma série de vantagens e incentivos para os investidores. Estamos num mundo de competição e a principal mensagem que levamos é a de paz e estabilidade no país, que tem tido o retorno económico do investimento que se faz e também dissemos que temos os incentivos fiscais e aduaneiros. Também há garantia de investimentos, pois há facilidades na movimentação de capitais, isto é, o dinheiro investido pode ser retirado sem dificuldades, bastando apenas a formalização e a declaração dos valores ao Banco Central” – explicou Danilo Nalá.
Adiantou que a facilidade na movimentação de divisas é um dos aspectos que é transmitido para convencer os investidores. Segundo disse, há países onde é muito difícil fazer a transferência de valores, tanto para entrar como para sair. “Portanto, nós temos uma lei de investimentos que nos permite que possa ser feita a movimentação de dinheiro com alguma facilidade” – precisou.
DIÁRIO DE MOÇAMBIQUE – 25.04.2012