A EXPLORAÇÃO ilegal dos recursos florestais está cada vez mais com o cerco apertado, com o comprometimento das autoridades tanzanianas na potenciação da gestão, fiscalização e comercialização a partir de uma maior colaboração transfronteiriça.
A chefe da delegação daquele país da SADC, que há dias visitou a província de Sofala no âmbito do memorando assinado para o efeito, Mónica Kagya, disse que a partir desta percepção será fortificada a gestão dos recursos naturais criticamente afectados pela exploração e comércio ilegal de produtos florestais, incluindo os não madeireiros.
Como se sabe, a exploração ilegal de recursos florestais e faunísticos bem como outros é um problema que aflige os dois países, pois vezes sem conta indivíduos ilegais têm vindo a dilapidar recursos como madeira, minerais e outros servindo-se da área transfronteiriça para desenvolverem o comércio ilegal.
“A assinatura deste memorando vai contribuir para a redução do desflorestamento e caça furtiva, melhoria da capacidade técnica do pessoal do Governo e uma melhor gestão dos recursos florestais e faunísticos dos dois países, com destaque para assuntos transfronteiriços” - disse Kagya.
A nível regional Moçambique e Tanzania partilham de certa maneira os mesmos desafios e oportunidades no sector de florestas e fauna bravia, sobretudo no que diz respeito ao comércio transfronteiriço de produtos florestais bem como a presença e pressão das empresas asiáticas no sector madeireiro.
Falando depois de ter visitado algumas serrações e concessões florestais na cidade da Beira e nos distritos do Dondo e Cheringoma, a fonte precisou que, na verdade, através desta colaboração a principal lição que aquele país vizinho aprendeu é que é necessária a harmonização da estratégia de abordagem nos dois países, principalmente na exploração ilegal dos recursos, de modo a garantir maiores receitas e canalizarem-se cada vez mais benefícios para as comunidades.
“Especificamente, através desta visita de campo que realizámos, a Tanzania leva uma lição agradável de que em Moçambique a gestão das concessões florestais é feita de maneira sustentável, principalmente porque ela (gestão) transfere e atribui a responsabilidade aos privados, que por sua vez auxiliam o Governo na gestão destas concessões florestais’’ - afirmou a chefe da delegação.
O memorando de entendimento rubricado entra Moçambique e Tanzania incorpora igualmente a certificação florestal de madeira e outros produtos não madeireiros, promoção de produção e consumo sustentável de energia de biomassa, treinamentos e capacitação, troca de experiências, perícia e aprendizagem sobre projectos e iniciativas REDD, adaptação e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, plantação florestal entre outros aspectos relevantes.
Durante a visita a província de Sofala a delegação tanzaniana, que era acompanhada por quadros seniores do Ministério da Agricultura, concretamente da Direcção Nacional de Terra e Florestas, visitou as serrações e concessões da Indústria Madeireira de Moçambique (IMM), TCT Dalmann e Lamina Trading.
- António Janeiro