O PRESIDENTE da República, Armando Guebuza, disse domingo, em Chimoio, província de Manica, que estátua erguida em memória do Presidente Samora Machel, confere o merecido destaque a vida e obra do “clarividente dirigente do movimento de libertação e do líder do povo que para o povo viveu e por ele lutou e morreu”.
Guebuza que falava no acto de inaugural da estátua erguida em memória do primeiro estadista nacional pós independência, explicou que o acto eterniza a vida e obra do dirigente que idealizou e realizou muitos projectos indutores do desenvolvimento de Moçambique.
“Descerrámos há pouco a estátua do nobre filho da nossa pátria amada, o saudoso Presidente Samora Moisés Machel, o proclamador da nossa independência nacional e primeiro Presidente do nosso Moçambique livre e independente. Este acto, carregado de emoção, história e patriotismo, confere o merecido destaque à vida e obra do clarividente dirigente do nosso movimento de libertação do líder do povo que para o povo e com o povo viveu e por ele lutou e morreu”.
O Chefe de Estado afirmou ainda que homenagear o Presidente Samora Moisés Machel , é recordar um eminente filho de Moçambique, um jovem igual aos demais da sua época e que nessa condição, podia ter seguido o trilho aberto pelos seus antepassados que outros da sua geração palmilharam, por exemplo, ser pastor de gado, trabalhar nas minas ou plantações na África do Sul, ou conformar-se com a carreira de enfermeiro.
“Porém, movido pelo espírito nacionalista, o Presidente Samora Machel , recusou-se que fossem terceiros a escrever a sua biografia, traçando ele mesmo o seu próprio destino ao entregar-se à realização do ideal maior de liberdade e independência deste Povo muito especial, o maravilhoso povo moçambicano”, recordou.
Afirmou também que “ele e os outros que se juntaram à causa da nossa libertação, tinham aprendido do chão da nossa terra que o povo Moçambicano não podia viver eternamente sob o jugo colonial, que não podia viver eternamente ajoelhando-se ao colonizador estrangeiro para receber ordens”.
“Sabia que a acção de libertar a terra e os Homens devia ser obra dos moçambicanos, pois eram eles que sentiam na pele e na alma os efeitos dessa opressão e dominação, através, por exemplo, da humilhação, do trabalho forçado, da prisão e do assassinato”.
Falando perante milhares de pessoas que assistiram a cerimónia de inauguração daquela estátua, Armando Guebuza , referiu-se também a contribuição prestada pela população de Manica , para a libertação da pátria do jugo colonial português, facto que foi objecto de saudação e de elogios de Samora Moisés Machel, durante a sua passagem por aquela província, a 12 de Junho de 1975, no contexto da sua viagem triunfal: do Rovuma ao Maputo.
“Aos mais novos podemos recordar a recepção e o apoio logístico que a população desta Província forneceu aos guerrilheiros que abriram a Frente de Manica e Sofala, a 25 de Julho de 1972, com os primeiros ataques ao inimigo ocupante em Mandie, Macossa, Mungári e Catandica” – lembrou.
Explicou que o Presidente Samora Machel voltou mais vezes, ao longo da sua governação, a Província de Manica,” para impulsionar o seu desenvolvimento e para falar da importância da unidade nacional, da paz e do trabalho de todos e de cada um de nós, no seu desenvolvimento e na criação da prosperidade em toda a nação moçambicana”.
Recordou também que o ex- estadista nacional sonhou e colocou em marcha o projecto do Complexo Industrial IFLOMA, Indústrias Florestais de Manica, em Messica, um empreendimento de uso intensivo de mão-de-obra, com o potencial para gerar muitos postos de trabalho , “e assim contribuir para a resolução de um outro problema marcante do subdesenvolvimento a que fomos votados pelos 500 anos de dominação estrangeira”.
“A partir desta estátua, cada um de nós deverá se sentir mais encorajado e desafiado a divulgar a exemplar vida e obra deste destemido combatente pela libertação do povo moçambicano e de outros povos da região e do mundo. Queremos que as suas palavras continuem a reverberar no quotidiano de todos e de cada um de nós, com a actualidade de terem sido hoje proferidas.
Que as mensagens de Unidade Nacional, de Paz e de trabalho que o Presidente Samora Machel foi transmitindo à população de Manica, continuem a iluminar-nos e a orientar-nos nesta nossa missão histórica de luta contra a pobreza. Continuemos todos a dar forma e expressão ao Moçambique com que o Presidente Samora Machel sonhou e pelo qual lutou até à morte” apelou Armando Guebuza.
A estátua
A estátua erguida em memória de Samora Machel, em Manica, possui um total de cinco metros, incluindo a base e pesa aproximadamente três toneladas.
O monumento, cujas obras arrancaram finais do ano passado, estão orçadas em 2.6 milhões de meticais e foram financiadas por fundos do Estado, através da Direcção Provincial de Educação e Cultura de Manica, segundo revelou Raul Conde Marques Adriano, Presidente do Conselho Municipal da capital provincial de Manica.
A fonte indicou que o projecto, que vem decorrendo desde Novembro do ano passado, foi executado por Cutenda Irombo, um cidadão nacional que venceu o concurso de adjudicação do empreendimento que pretende materializar em pedra e ferro, a figura emblemática do Primeiro Presidente da Republica de Moçambique.
Do valor em referência, de acordo com a fonte, 1.8 milhão de meticais foram desembolsados para atender a componente de edificação da base e o remanescente foi aplicado na aquisição da respectiva estátua metálica, que foi fabricada por uma empresa coreana.