O governo do Sudão pediu ao Presidente moçambicano, Armando Guebuza, para se envolver quer directamente quer juntamente com a União Africana (UA) na identificação de uma solução capaz de evitar o reacender de um conflito armando com o Sudão do Sul.
O Ministro sudanês dos Negócios Estrangeiros, Ali Kirti, que deu a informação hoje no final da audiência concedida pelo estadista moçambicano, Armando Guebuza, em Maputo, afirmou que o executivo de Cartum acredita no papel que o país pode desempenhar na busca duma solução capaz de travar o eminente reatamento da guerra entre os dois países.
Durante a audiência, Kirti entregou ao Chefe de Estado uma mensagem endereçada pelo homólogo sudanês, Omar al Bashir.
O Chefe da diplomacia sudanesa disse que os óptimos laços bilaterais que Moçambique sempre manteve com o seu país podem contribuir para evitar a escalada de um conflito.
Kirti, que imputa todas as culpas ao Sudão do Sul, disse que apesar de todos os passos dados para pôr termo ao sangrento conflito armado, que durou mais de 20 anos, e teve como grande saldo o nascimento do 54/o estado da UA, Juba continua a perigar o esforço feito nesse sentido.
O Sudão do Sul, segundo o ministro, continua a acolher e apoiar os movimentos rebeldes na província de Darfour, do Nilo Azul e Kodofan, contrariando a essência do Acordo Compreensivo de Paz, assinado em Naivasha, no Quénia.
Os mais recentes desenvolvimentos tornaram impossível que os dois países chegassem a um acordo em relação a questão da demarcação da fronteira, da cidadania, a partilha das receitas provenientes da exploração do petróleo e o espectro de guerra é cada vez mais eminente.
Kirti disse, no entanto, que as conversações entre ambos continuam através da mediação da União Africana (UA), liderada pelo ex-presidente sul-africano, Thabo Mbeki, e apesar de tudo isso Ali Kirti afirma que o seu país sempre foi paciente e perseverante por acreditar que a paz seria a melhor opção para os dois estados.
LE/DT
AIM – 19.04.2012