Editorial
O governo da Zambézia mostra claramente que o que mais sabe são apenas malabarismos, o chamado showoff.
Esta afirmação nossa tem muita sustentabilidade e vamos pegar apenas num caso recente que aconteceu na cidade de Quelimane há uma semana.
Sabe-se e nós tivemos o cuidado de informar que o batelão Cuácua que fazia a ligação entre a cidade de Quelimane e o distrito de Inhassunge, naufragou e neste naufrágio, uma pessoa perdeu a vida, por sinal, o chefe das máquinas daquela embarcação.
Quase uma semana depois deste incidente marítimo, o governo continua de mãos atadas e não
tem soluções. O batelão continua debaixo das águas do rio dos Bons Sinais e o mais triste é que o corpo da vitima ainda se presume que esteja ainda no interior do batelão. Presume-se claro, porque ao avaliar pelo tempo que esta embarcação está debaixo da água e as movimentações que foram feitas, hummm, há dúvidas.
O mais caricato nisso é que ao nível da província não haja nem sequer um mergulhador para pelomenos retirar o corpo da vítima, cujos seus familiares aguardam sem paciência.
A marinha de guerra, uma das Forças de Defesa de Moçambique (FADM), também não tem nada, só ajudam a lapidar o erário público. O povo continuar a pagar salários a pessoas que não ajudam em nada.
O malabarismo do governo da Zambézia viu-se mais aqui, após este acidente marítimo. Todos só falam e soluções nada. Mas se fosse para comprar carros ai sim, poderiam buscar viaturas ao seu nível.
Ora, como se justifica que uma província tão grande como Zambézia, com uma costa marítima extensa, não tenha nem sequer um mergulhador? Será que formar um mergulhador custa mais caro quando comparando com o valor que custou a reabilitação da casa do administrador de Gurué?
Foram Sete milhões de meticais só numa reabilitação, mas em contra-partida, a província continua refém. Será que formar um mergulhador é tão caro do que a casa de pedras construída em Namarrói que custou pouco mais de 8 milhões de meticais? Haja vergonha, porque esta maneira de lapidar dinheiro público só deixa cair lágrimas.
Com tanto dinheiro que o senhor Itai Meque gasta nas ditas governações abertas que duram o mínimo dez dias e que arrastam muitas pessoas e meios, será que não dava para formar um mergulhador? Até quando? Chega de malabarismos meus senhores, haja trabalho, haja responsabilidades porque o puder que ostentam só foi possível porque o povo quis.
Chega, chega, mas chega mesmo de malabarismos há que trabalhar e não andarem ai a incomodar pessoas a altas horas da noite com sirenes. Usem a força que tem para retirar o batelão Cuácua que está debaixo de água.
Diário da Zambézia – 30.04.2012