Duas novas escolas secundárias foram concluídas e mobiladas até Fevereiro último nos bairros de Nkobe e Khongolote, município da Matola, mas só entrarão em funcionamento no próximo ano.
Esta situação ocorre numa zona onde centenas de crianças ainda estudam debaixo das árvores e sentadas no chão por falta de salas de aula e carteiras nas escolas públicas.
Os dois estabelecimentos de ensino não arrancaram com as suas actividades porque aquando da aprovação do Plano Económico e Social (PES) referente a este ano, ainda estavam a ser construídas, de acordo com Lucas Fernando, director provincial de Educação em Maputo.
Aquele responsável disse não ter sido possível orçamentar o funcionamento das duas escolas para o início da actividade esta semana, embora os trabalhos da sua edificação estivessem então numa fase adiantada, com tudo a indicar que até Janeiro ou Fevereiro deste ano estariam em condições de serem usadas.
Cada uma das escolas com 15 salas de aula e uma de informática, bloco administrativo, ginásio e laboratório estavam praticamente concluídas no início do ano, tal como havia sido acordado com os empreiteiros.
Na tentativa de minimizar o cenário, as autoridades da Educação da província deslocaram turmas de uma escola da zona de Bedene, na Machava, para Nkobe e outras de Khongolote para a nova unidade do bairro.
Apesar da decisão, as infra-estruturas permanecem sub aproveitadas, na medida em que no bairro de Nkobe, por exemplo, as turmas deslocadas não usam nem metade da escola e à noite, o estabelecimento com energia eléctrica fornecida por uma linha dedicada, fica fechada.
Inúmeros alunos residentes no Nkobe, Khongolote e bairros circunvizinhos, com sérios problemas de transporte, ligam desde Janeiro último aquelas zonas e o centro da cidade, deixando para trás escolas já prontas, mas que só entrarão em funcionamento no próximo ano.
O subaproveitamento das escolas, particularmente no período nocturno, pode concorrer para actos de vandalismo e roubo de materiais.
Esta situação acontece numa altura em que milhares de alunos ainda continuam a estudar debaixo de árvores, não podendo beneficiar do processo de ensino e aprendizagem nos dias chuvosos.