TRINTA e sete anos depois da independência nacional a visão, os ideais e o exemplo do Presidente Samora Machel continuam actuais e relevantes para os desafios da actualidade.
Esta afirmação foi feita segunda-feira última em Inhambane pelo Chefe do Estado Armando Guebuza, quando procedia à inauguração da estátua do Presidente Samora Machel, no prosseguimento da sua visita de trabalho nesta província. Samora Machel é o proclamador da independência nacional e primeiro Presidente de Moçambique livre e independente.
Na ocasião, Armando Guebuza disse que a implantação da estátua constitui uma das muitas formas de recordar, reviver e eternizar a vida e obra do homem de origem humilde, cuja grandeza conquistou mercê do majestoso e incomensurável legado com que brindou este povo muito especial, o povo moçambicano.
“O Presidente Samora Machel é um líder intemporal, nossa eterna fonte de inspiração na luta contra a pobreza e nossa permanente afirmação como moçambicanos, um povo capaz de galgar montanhas de desafios e realizar os seus anseios alicerçado num passado rico em vitórias, honras e glórias”, disse Guebuza, perante milhares de pessoas que afluíram ao local onde foi erguida a estátua do falecido presidente.
Governo acredita no assassinato
O Presidente Samora Machel morreu num acidente de aviação nas colinas de Mbuzini, na vizinha África do Sul, a 16 de Outubro de 1986, quando regressava de Mbala, Zâmbia. As causas do acidente ainda não são devidamente conhecidas, mas o Governo moçambicano acredita que Samora foi assassinado pelo regime de apartheid.
Como uma das formas de homenagear essa figura, que proclamou a independência nacional em 1975, o Governo decidiu construir estátuas em todas capitais provinciais, sendo a maior de todas a que foi erguida na Praça da Independência na capital do país e que foi inaugurada em Outubro do ano passado, quando se assinalava a passagem dos 25 anos após o trágico acidente de Mbuzini, em que, além de Samora, também também morreram outros 33 membros da sua delegação.
Armando Guebuza disse que, ao se inaugurar esta estátua, imortaliza-se a figura, a vida e obra de um filho muito especial de Moçambique a quem o povo estará sempre grato pela determinação e bravura na luta pela sua independência e soberania, bem como na luta de outros povos da região e do mundo pela sua liberdade.
“Esta estátua imortaliza igualmente a figura de um nacionalista recto e um internacionalista de primeira água que se entregou com abnegação na materialização do nosso sonho de liberdade e independência”, referiu.
Destacou ainda a importância dos valores de Samora Machel na melhoria das condições de vida da população do país, bem como a de Inhambane, em particular.
Por exemplo, indicou que, após a independência, o povo herdou uma província de Inhambane sem quadros para gerir instituições do Estado, sem nenhuma universidade e com muito poucos sistemas isolados de fornecimento de energia, a diesel.
“Sob a sábia liderança do Presidente Samora Moisés Machel transformámos esses desafios em oportunidades. Foi na sequência dessa visão que o Presidente Samora Machel decretou o 8 de Março, através do qual os poucos moçambicanos com alguma formação foram usados como sementes das quais brotariam muitos mais quadros para muitos sectores de actividade”, frisou.
Hoje, graças a essa visão, o país, e particularmente a província de Inhambane, já tem quadros formados que dirigem instituições do Estado, tem instituições de Ensino Superior e uma crescente rede escolar, entre outros serviços básicos.
O Chefe do Estado apontou que em todo o processo que culminou com a proclamação da independência nacional muitos compatriotas entregaram-se à justa luta pela causa nacional, consentindo indescritíveis sacrifícios.
“Outros acabariam por sucumbir nas mãos da tenebrosa e sanguinária PIDE, em locais como Tofinho, transformando-se em mártires da nossa libertação. Por isso, uma vez mais endereçamos os nossos agradecimentos aos filhos de Inhambane, aos filhos desta pátria de heróis, por terem lutado até a nossa libertação da dominação estrangeira e por continuarem hoje a lutar contra a pobreza, sempre certos de que vamos vencer este novo inimigo dos moçambicanos”, salientou.
O Presidente da República sublinhou que sob a esclarecida e visionária liderança de Samora Machel, os moçambicanos assumiram a independência nacional como um meio para a realização de um fim nobre, isto é a realização do sonho de um Moçambique próspero, sempre unido e em paz e com crescente prestígio no concerto das nações.
Prosseguiu dizendo que hasteada que foi a bandeira multicolor os moçambicanos arregaçaram ainda mais as mangas e se entregaram com determinação e perseverança na luta pela melhoria das condições de vida.
Com estas palavras Armando Guebuza lançava um apelo aos moçambicanos para que a partir dos feitos e ensinamentos de Samora busquem inspiração, força e motivação para enfrentarem as adversidades que se lhes colocam no quotidiano, “sempre unidos como nos ensinou o arquitecto da unidade nacional, o Dr. Eduardo Mondlane; como nos mostrou o Presidente Samora Machel”.