O NÚMERO de empregos criados no quadro dos projectos financiados pelo Fundo de Desenvolvimento Distrital (FDD), em Inhambane tem estado a reduzir nos últimos anos, segundo indica um relatório do Governo Provincial sobre a execução destes fundos, também vulgarmente conhecidos por “sete milhões”.
Inicialmente estipulado em sete milhões de meticais, o FDD é desde 2006 alocado a cada um dos 128 distritos do país para financiar iniciativas de geração de empregos e de produção de alimentos.
Contudo, o número de empregos criados por estes fundos na província de Inhambane reduziu de 5338 em 2010 para 4187 no ano passado, o que, segundo as autoridades, resulta do facto de a maioria dos beneficiários não apostar em projectos da agricultura, actividade que geralmente concentra muita mão-de-obra.
“A agricultura não tem sido a actividade com mais projectos financiados desde 2010, devido a fenómenos naturais como a estiagem, a falta de mercado devido ao congestionamento de produtos e falta de transporte para o escoamento”, indica o relatório do Governo Provincial sobre o balanço da execução dos “sete milhões” em 2011 e no primeiro trimestre deste ano.
Com efeito, depois do aumento de projectos agrícolas financiados pelo FDD de 474 para 506, de 2007 a 2008, nos anos subsequentes os mesmos foram reduzindo de 706 em 2009 para 575 no ano seguinte e 377 no ano passado.
Mas o relatório admite a possibilidade destes dados não reflectirem a realidade, problema que se deve à deficitária actividade de recolha de dados por parte dos governos distritais sobre os empregos criados e comida produzida com base nesses fundos.
No entanto, o relatório refere que, apesar da redução do número de empregos criados, os “sete milhões” estão a dinamizar a economia rural, o que tem um impacto directo na vida das comunidades beneficiárias destes fundos.
Dentre os vários aspectos assinalados pelo documento, destaca-se o facto dos produtos de primeira necessidade chegarem aos locais mais recônditos e a preços acessíveis; a melhoria da dieta alimentar das comunidades residentes no interior da província devido ao maior acesso a produtos alimentares e ao crescente poder de compra.
Igualmente, o documento afirma que houve uma melhoria da actividade pesqueira e processamento do pescado devido à existência de projectos que exploram estas áreas, construção de peixaria e de tanques piscícolas.
“A melhoria dos rendimentos das famílias leva-as a buscarem melhor habitação, consumo doméstico, laser e educação, o que implica o surgimento de operadores com capacidade e vocacionados para oferecer estes serviços”, indica o documento.
Contudo, apesar deste impacto positivo, os níveis de retorno destes fundos ainda é muito baixo, tendo no ano passado se situado na casa dos 25 por cento. No ano anterior, a taxa de retorno não passou dos 12 por cento do valor que havia sido planificado.
- Muhamud Matsinhe, da AIM