O GARIMPO de ouro em Metotelane, sob jurisdição do distrito de Murrupula, está a poluir as águas do rio Ligonha, que atravessa a região, para além de provocar sérios problemas de erosão nas margens daquele curso de hídrico, situação que está a interferir, negativamente, na preservação do ambiente e na produção agrícola.
Devido à degradação ambiental nas margens do rio, segundo reconhece Alzira Manhiça, administradora daquele distrito, os camponeses que têm procurado aquelas zonas baixas para fazer agricultura, são forçados a migrarem para as zonas altas, com a desvantagem de não serem muito produtivas como as ribeirinhas.
Falando à margem dos trabalhos da sessão do governo provincial, onde este assunto e outros relacionados com o desenvolvimento do distrito mereceram debate ao nível daquele órgão, Manhiça disse reconhecer que a situação é preocupante. Segundo ela, para mitigar a situação, o governo distrital está a desenvolver um trabalho de persuasão dos garimpeiros, para a necessidade destes reporem os solos dos buracos abertos, medida cuja implementação, entretanto, não deixa de esbarrar-se com alguma resistência daqueles operadores.
Segundo a pesquisa da Organização Internacional de Trabalho (OIT), a actividade de garimpo, que contribui imenso para a degradação do ambiente à escala mundial, tem a desvantagem de empregar pessoas de fracas faculdades académicas e com pouca percepção sobre os danos que a sua actividade tem para com o ambiente.
No que se refere aos rendimentos provenientes desta actividade, em Murrupula, dados disponíveis indicam que dos 14 quilos previstos para serem explorados ao longo dos primeiros três meses do ano em curso, apenas foram conseguidas 312 gramas, quantidades que foram imediatamente colocadas no mercado.
Ainda em Murrupula, segundo informe prestado pela administradora ao governo provincial, a produção agrícola, mais concretamente a de cereais como o milho, alimento base e usado nas trocas comerciais para o aumento da renda familiar, registou um aumento significativo, com a colheita de mais de 13 mil toneladas, contra as 12 mil inicialmente previstas.
“Apesar da queda irregular das chuvas, podemos assegurar que a questão de segurança alimentar no nosso distrito, fosse assegurada” - explicou Manhiça.
- Assane Issa