AS autoridades policiais queixam-se de estar a enfrentar algumas dificuldades para obter dados que possam conduzir a uma rápida localização de Momed Ibrahimo, proprietário da fábrica Incopal, sequestrado no último sábado, no bairro da Machava, na Matola.
De acordo com João Machava, porta-voz da PRM no Comando Provincial de Maputo, as dificuldades enfrentadas têm a ver com o facto de a família da vítima não estar a se mostrar aberta a colaborar com a Polícia, no fornecimento de dados que possam conduzir os peritos à detenção dos criminosos e resgate do empresário.
“Não posso avançar os passos que a investigação está a tomar. Ainda estamos a trabalhar e qualquer informação sobre o que está sendo feito pode comprometer o nosso trabalho. Mas dizer que em situações de género temos enfrentado muitas dificuldades para obter dados essenciais e que nos possam conduzir ao resgate da vítima. Para o caso do empresário Ibrahimo estamos a enfrentar essas dificuldades, pois a família não está a colaborar como esperávamos. Contudo, estamos a realizar o nosso trabalho com base no que obtivemos e esperamos concluir com sucesso” – disse João Machava, porta-voz da PRM na província de Maputo.
O empresário Momed Ibrahimo, proprietário da fábrica Incopal, foi raptado na tarde do último sábado, no bairro da Machava, Município da Matola, naquilo que constitui o retomar de uma prática criminal que semana passada o Comando-Geral da Polícia havia dado como controlada. O acto foi protagonizado por quatro indivíduos armados e que se faziam transportar numa viatura mini-“bus”, com a chapa de matrícula não identificada.
Dados em nosso poder indicam que Ibrahimo foi sequestrado quando se dirigia a uma mesquita do bairro, a fim de levar uma sobrinha. Nesse instante, ao que apurámos de fontes policiais, quatro indivíduos fortemente armados penderam o empresário, tendo o levado à força para o interior da mini-“bus” e se posto em fuga sem deixar rasto.
No local da ocorrência ficou a viatura da vítima e no seu interior o neto do empresário que o acompanhava, aliás, pessoa que tratou de comunicar o sucedido à família. Informada a Polícia, esta assegura ter já destacado homens para o terreno a fim de procurar localizar e prender os criminosos, bem como trazer de volta ao convívio familiar o empresário raptado.
Refira-se que na semana passada, o Comandante-Geral da Polícia, Jorge Khálau, em entrevista a este matutino, dava como controlados os casos de raptos e que os autores dos anteriores crimes estavam a responder em juízo.
No seu informe anual sobre o estado da Justiça, o Procurador-Geral da República, Augusto Paulino, anunciou que nos meses de Dezembro de 2011, Janeiro e Fevereiro de 2012, 14 cidadãos foram sequestrados na cidade e província de Maputo, cujos processos-crime correm seus termos visando a responsabilização dos infractores.