MBANZA HAMZA, CARBONO CASIMIRO, LUATY BEIRÃO E GASPAR LUAMBA NA MIRA DA MORTE
O Mano Luamba foi raptado hoje 14 de junho de 2012 as 12h na Universidade Jean Piaget em Viana por 4 indivíduos não identificados e mantido refém durante 3h. Os seus raptores o interpelaram dentro da universidade enquanto este terminava de fazer uma prova. Mandaram-no chamar e quando este chegou, procuraram confirmação da identidade “é mesmo o Luamba?” questionaram, o nosso mano por neste estar na universidade sentiu-se seguro e assumiu a identidade perguntando se havia algum problema, os raptores responderam “ainda não tens, mas terás dentro em breve, acompanha-nos”. O mano retorquiu “para onde me levam?” um dos raptores desferiu-lhe duas bofetadas e disse-lhe para não apresentar resistência. Algum pessoal ao ver o sucedido, saiu em alvoroço contra os raptores ao que agilmente conseguiram escapar empurrando o Luamba num Prado e sair a zunido.
Neste entretanto, Luamba manda uma mensagem telefónica ao Mbanza que dizia “Estou mal”. Mbanza Preocupado liga para o companheiro falam por apenas 5 segundos, tudo que o Luamba diz é “a situação aqui está crítica” e desliga o telefone. Mbanza preocupado e sem entender o que se estava a passar informa o restante dos manos sobre a situação. Os manos preocupados, ligam para o Luamba mas este não atendia.
Carregaram-no para os estaleiros da odebrecht algures na via expressa. Para sua surpresa arrolaram na sua frente, alicates, facas, armas de fogo e material de tortura. O mano conta que a única agressão que sofreu foram as duas bofetadas disferidas na universidade. Descreve o líder dos raptores como sendo meigo, educado e que por muitas vezes evitou que o mano fosse torturado fisicamente ou molestado, coisa que os outros queriam com todo prazer fazer, até ameaças de arrancarem-lhes as unhas para falar a verdade.
Os raptores queriam saber quanto é que a UNITA e a CASA-CE nos pagam para fazermos o que temos feito. Que apoios externos recebemos. Quanto queremos. E coisas do género. Mas não se limitaram a passividade. Queriam saber onde o Mbanza Mora. A esposa do Carbono e a suposta viagem que este está a planear fazer. Deixaram claro a ele que sobre nós eles sabem até o excedente. Sabiam quando é que o Luamba tinha partido e chegado de Malanje, sabiam dos planos da viagem do Luaty, das nossas vidas particulares etc.
Segundo eles o quarteto Mbanza, Luaty, Carbono e Luamba deve imediatamente apresentar a sua contraposta nesta pseudo negociata. O não cumprimento implicará medidas drásticas e garantiram que “nenhuma lei vos defenderá, nós vamos partir para ações muito drásticas e não haverá lei que vos defenda”. “O que nós queremos é a manutenção do poder, tudo fora disso não serve. Repetimos, ou vocês apresentam a vossa contraproposta ou nós tomaremos medidas drásticas”.
“O quarteto já mencionado é que tem financiado estas atividades, vocês é que estão com os dinheiros e aqui fica o aviso, é melhor levar isso a sério, por que não haverá nenhuma lei que vos defenda”. O Luamba diz que os raptores não são caênches, são gente fina, bem apresentados e em carros não muito luxuosos, “em carros normais” como descreveu o mano.
“Nós estamos entregues a bicharada” assim como disse o mano Luamba, esta é a nossa sentença e este texto pode vir a ser uma das poucas produções nossas. Eles sabem mais sobre nós do que nós mesmos sabemos. As nossas vidas mais do que nunca correm grande perigo, a qualquer altura podereis ouvir que estamos mortos, por isso é bom que a UNITA, a CASA-CE, e outras forças políticas e até mesmo esta famigerado apoio externo (que nem existe e nem sei se existirá) confundidas como sendo nossos apoiantes, saibam que podemos ser mortos a qualquer altura. Não por que vocês nos apoiam (até por que se assim fosse, muitos de nós na estariam com contas elevadas e multas a pagar nas faculdades), mas por que eles acham que é assim e que nós somos os fomentadores do ataque que levará ao fim deste regime.
Aqui vai o nosso apelo a toda sociedade Angolana e não só, Estamos na Mira da Morte!
Assina Mbanza Hamza, o soldado esquecido.