A ASSEMBLEIA da República foi solicitada pelo Governo da República Árabe Saharaui Democrática (RASD) a participar na mediação do conflito que opõe este Estado do norte de África à República de Marrocos.
O pedido foi feito durante uma audiência que a Presidente da Assembleia da República, Verónica Macamo, concedeu, terça-feira, ao embaixador daquele país acreditado em Moçambique, Zenan Brahim.
Na ocasião, o diplomata saharaui solicitou, por outro lado, uma advocacia do Parlamento moçambicano para que o seu país seja membro das Nações Unidas com vista a possibilitar que missões desta agremiação consigam entrar no seu país, actualmente interditos por militares de Marrocos.
“Solicitamos, igualmente, ao Parlamento moçambicano a adopção de uma resolução que possa viabilizar o respeito pelos direitos humanos no território saharaui”, disse o embaixador para quem, com o cerco feito pelos militares marroquinos o povo saharaui encontra-se isolado e dividido, solicitando o apoio da comunidade internacional a reversão da actual situação.
Por sua vez, a Presidente da Assembleia da República garantiu que o povo moçambicano continuará a apoiar os esforços do povo saharaui para alcançar a sua independência porque, no seu entender, “é inconcebível que o mundo actual continue a assistir flagrantes violações dos direitos humanos e da soberania dos povos”.
“Quanto à solicitação da adopção de uma resolução sobre direitos humanos, nos vamos remeter a questão à apreciação da Comissão Permanente para a sua análise e viabilização”, disse a Presidente, ajuntando que Moçambique é amante da paz e não quer ver um povo irmão a sofrer por isso o país apoiará a causa deste povo no que poder.
Ainda na manhã desta terça-feira a Presidente da Assembleia da República recebeu, em audiência, uma comitiva da Cruz Vermelha de Moçambique e de Portugal chefiada pelo deputado do Parlamento Europeu, José Manuel Fernandes.
O encontro de cortesia serviu, igualmente, para aquele deputado que é igualmente membro da Comissão da Mobilização de Fundos da Solidariedade naquele Parlamento do velho continente anunciar o apoio à Cruz vermelha de Moçambique avaliado em de 500 mil euros.