A FRELIMO pretende acelerar o exercício de recuperação da memória histórica nacional, segundo o repto lançado ontem, na Matola, província do Maputo, pelo Presidente do partido no poder, Armando Guebuza.
Falando perante milhares de membros e militantes no simpósio sobre os 50 anos da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), Guebuza explicou que o propósito deste desafio é resgatar “da prateleira do tempo os momentos marcantes do nosso irrepetível processo de lançamento das bases de construção do Estado moçambicano”.
“Um povo que se quer desenvolver tem que conhecer a sua história e saber glorificá-la. Um povo que quer realizar os seus sonhos tem que conhecer os protagonistas da sua história, o seu passado, para melhor traçar o seu futuro. Um povo que convive com os seus heróis, os protagonistas do processo de construção do seu Estado desde os primórdios, é um povo com muita sorte”, referiu.
Disse, a propósito, que se os moçambicanos tiverem memória dos sacrifícios consentidos pela liberdade e o quanto custou defender a soberania e resgatar a paz, saberão valorizar mais as conquistas, o país e a cultura de paz. Acrescentou também que só conhecendo o percurso que levou as conquistas e reconhecendo o valor das riquezas no solo e subsolo também se saberá preservá-las para que sirvam as actuais e as gerações vindouras e a agenda de desenvolvimento nacional.
“Não nos surpreende, por isso, que seja a nossa história que esteja a ser atacada, vilipendiada e distorcida. Os que fazem isso têm a consciência do papel da nossa história: na construção da nossa memória colectiva; na consolidação da nossa auto-estima e no reforço do sentido de moçambicanidade e de comunhão do destino”, sublinhou o Presidente da Frelimo.
A este respeito, Armando Guebuza afirmou que negar a história nacional seria como negar “a nossa própria árvore genealógica, como cidadãos”, e que seria comparável a decepar parte “de nós mesmos para agradar aos nossos detractores”.
No evento, que termina hoje, membros e fundadores da Frente de Libertação de Moçambique, combatentes da luta de libertação de diferentes gerações e frentes, académicos e políticos também de diferentes gerações estão a prestar o seu testemunho sobre a génese da FRELIMO, o percurso que conduziu o país a independência nacional, bem como a dissertarem sobre a juventude, a emancipação da mulher, o papel do Estado e desenvolvimento do país, entre outros.
- Jaime Cuambe