A pergunta que me vem na cabeça quanto a esta questão do Sul ser mas educada ou competente para governar Moçambique é esta: se os sulistas são tao competentes como é que não conseguiram estabelecer uma governação competente e reduziram Moçambique a idade de pedra depois da saída dos portugueses que Não eram de nenhum modo os melhores governantes que Moçambique tinha? São os sulistas superiores do que os do centro e do norte por terem escangalhado o pais?
"Pua, pua," como dizia o velho padre reitor alemão Prein do Seminário de Zobue, que se mande passear esta teoria e que a digam aos macacos la nas florestas de Moçambique. O próprio sul não se entende. Historicamente, Gaza foi inimigo dos inhambanenses. Basta ver que os inhambanenes se aliaram aos portugueses na luta para travar os impis ou guerreiros de Gungunhana que se estabeleceram em Gaza depois dos invasores duma secção sub-Zulu ter fugido do Natal durante o Mfecane, era de turbulência durante as guerras do Shaka Zulu, para Gaza.
Os Gazenses que se apoderam da liderança da Frelimo não hesitaram em liquidar os inhambanenses tais como Paulo Gumane, Adelino Gwambe e outros. Eles também eliminaram o próprio primo de Eduardo Mondlane chamado Pedro Mondlane que foi exibido em Nachingwea. O crime do Pedro Mondlane era o de não acreditar que Mondlane tivesse sido eliminado pela PIDE com os lideres da Frelimo alegavam.
Há sim a questão de que o sul se concebeu como superior visto que a capital de Moçambique, Lourenço Marques, estava no sul e era no sul onde havia o maior numero de Portugueses e as melhores condições existiam lá no sul estando perto da Africa do Sul, onde pessoas predominantemente do sul tomavam cursos de enfermagem de quadro no Hospital Miguel Bombarba e terminavam por serem enfermeiros noutras partes de Moçambique como positivamente sei foi o caso do pai do Filipe Samuel Magaia que trabalhou em Mocumba e teve o seu filho Filipe Magaia que veio a ser o primeiro comandante da guerrilha da Frelimo com uma mulher zambeziana.
Por causa disto, os gazenses da liderança da Frelimo não consideravam Filipe Magaia como sangue puro do Sul ou de Gaza, para alem do próprio Filipe Magaia ter sido um militar competente que tinha começado com a carreira militar na tropa portuguesa onde se tornara furriel. Ele considerava-se mais zambeziano e os zambezianos na Frelimo gostavam muito dele como o consideravam zambeziano e não outra coisa doutro canto de Moçambique.
Não vejo que os diligentes da Frelimo sejam mais competentes e mais educados do que os centristas e nortistas que estiveram na Frelimo. Era Samora Machel, um semi-analfabeto que reprovou a quarta classe colonial, segundo seu amigo Aurelio Manave, colonial mais educado do que o ndau Uria Simango ou o filósofo padre Gwenjere ou o doutor medico João Unhai ou o cientista politico Faustino Kambeu com PhD e tantos outros senas que eram altamente educados que a liderança da Frelimo eliminou? Ou tantos outros das outras tribos do centro e do norte que a liderança da Frelimo aniquilou.
Reparemos para as raízes desta situação falsa segundo a qual os sulistas são superiores do que os centristas e nortistas.
O tribalismo dito sulista que seu já reprovei e prefiro designar como o tribalismo gazense na liderança da Frelimo começou com a infiltraçao da Frelimo ao mais alto nível da Frelimo começando com o Mondlane que como tudo indica foi agente dos portugueses e mais tarde dos americanos.
Mondlane disse que foi corrido da Universidade de Witswatersrand na Africa do sul por causa das suas actividades nacionalistas. Mas teriam os bueros expulsou Mondlane sem informarem aos portugueses sobre a natureza dita perigosa de Mondlane e sem pedirem aos portugueses para que o controlassem. O colonialismo português era aliado do apartheid sul africano.
Apesar de tudo isto, Mondlane regressa a Moçambique e parte para estudar em Portugal donde parte para estudar nos Estados Unidos da América com um passaporte português. O único moçambicano que parece ter feito isto.
Quando os Moçambicanos formavam a Frelimo poucos conheciam ou tinham ouvido falar de Eduardo Mondlane. Foi Julius Nyerere da Tanzania que o tinha conhecido nas Nações Unidas quando ele próprio batalhava para a independência do Tanganyika que disse aos moçambicanos que formavam a Frelimo que ele conhecia um moçambicano educado que podia dirigir a Frelimo. Dai que Adelio Gwanbe tantos outros se opuseram a entrada de Mondlane na Frelimo ou pelo menos não gostaram de Eduardo Mondlane.
Contactado, Mondlane estava relutante em abandonar a sua profissão de professor de sociologia na Syracuse University no Estado de Nova Iorque. Edward Kennedy o apresentou a CIA que decidiu financiar as suas actividades anti-portuguesas (Professor Ungar, "Africa", Stanford Univeristy, 1982). Assim? Mas não era a CIA uma aliada da PIDE com a qual trocava informações no âmbito da NATO ou OTAN?
Cá vamos num outro absurdo da questão de Mondlane. Em vez de recrutar entre os estudantes moçambicanos nos Estados Unidos que eram predominantemente do Centro foi para Lisboa para recrutar os seus antigos amigos e agentes dos portugueses entre eles Joaquim Chissano, que fora aspirante da administração portuguesa em Dondo, Sofala; Mariano Matsinha embora alegadamente de Tete com origens no Sul; Pascoal Mocumbi e outros.
Será que Mondlane podia entrar em Lisboa, encontrar-se com aqueles agentes dos portugueses e mobiliza-los para se ajuntarem a Frelimo sem que a PIDE soubesse e o interpelasse e o prendesse?
Sabe-se que muitos dos africanos que iam estudar em Portugal das colonias portuguesas estiveram em bons livros da PIDE e não eram necessariamente dos mais inteligentes.
Quando Mondlane se estabelece na liderança da Frelimo, decide se fazer rodear pelas pessoas de Gaza e uns poucos fracos do centro e do norte, para o inglês ver. Quando o confrontamos com a questão do tribalismo no Instituto moçambicano em Dar Es Salaam em 1968, Mondlae fez questão de que não sabia que havia tribalismo na Frelimo. Chegou até de afirmar que Uria Simango era sena e foi prontamente reprovado por rapazes senas que lhe disseram que os ndaus e senas eram muito diferentes.
Para simplificar as coisas, Mondlane disse: "inhambanenes, rongas e changanas junta. ndaus, senas e nhunguès junta. macuas, macondes e jauas junta." Causou muitos risos e o desprezamos imensamente por causa desta sua tolice.
Foi naquela reunião mesmo onde Mondlane disse: "o camarada Armando Guebuza tem o quarto ano dos liceus, esquecendo que já tinha dito algures que "O camarada Armando Guebuza tem o quinto ano dos liceus." E agora Armando Guebuza acrescenta que tem o sétimo ano dos liceus."
Quando é que conseguiu ir até ao sétimo ano dos liceus, vivendo a boa vida em Dar Es Salaam ou depois da independência quando desencadeou o máximo terror contra os brancos e mesmo pretos que ele expulsava dentro de 24 horas com cerca de 20 quilos de bagagem e quanto mantinha tudo o que era português como reacionário e imperialista ou quando enviava milhares de moçambicanos para os campos de concentração, ditos de reeducação?
Havia pouca gente do sul na Frellimo e os que havia estava na liderança enquanto que o maior esforço de guerra no campo era suportado pelos nortistas excepto os macuas que não queriam a Frelimo por causa da sua inimizade tradicional com os macondes e Frelimo não conseguiu na verdade se estabelecer em Nampula durante os seus dez anos de guerra, e pelos centristas.
E isto foi reconhecido pelo próprio Samora Machel quando disse ao seu amigo analfabeto ou semi analfabeto Braz (sena) que ele tinha colocado algures no Niassa como chefe do posto quando lhe disse: "deves assegurar a operação dos campos de reeducação. Enviaremos reacionários do sul que ainda tem o bicho de assimilados nas cabeças. Eles não conhecem a guerra e devem agora ser tratados duramente para perceberem o que foi a guerra. Quando receber pessoas do sul aqui tem que castigar duramente e sem pena. Duramente mesmo."
O que os gazenses conseguiram fazer na Frelimo foi uma coesão tribal enquanto manipulavam os das outras tribos para fazerem os sacrifícios na guerra.
Que as pessoas do sul seja mais educadas e competentes, salve-me Deus. Esta é uma teoria que se avança para justificar porque é que a camarilha na cúpula da Frelimo deve continuar a mandar e hoje manda pessoas do Sul para governarem Moçambique.
Mariano Matsinha como parvo que é diz que Uria Simango figiu para o Egipto. Assim? Fugiu mesmo no Egipto como eu fugi de Moçambique para evitar a tropa fugindo na tropa como um certo parvo me mal interpretou algures neste blog recentemente.
Quando Simango se insurgiu contra os seus colegas do triunvirato que foi criado depois da morte do "Bobo" Mondlane e escreveu o seu documento "Gloomy Situation in Frelimo", visto que se apercebia que Machel e Marcelino dos Santos queriam mata-lo quando sugeriram que ele devia ir a Nachingwea e ele sabia que de Nachingwea seria mandado para o campo de matanças de Cabo Delgado, o governo da Tanzania que foi apanhado de surpresa pelo conteúdo do documento declarou Uria Simango como "persona non grata" e decidiu expulsa-lo da Tanzania. E o governo de Nasser no Egipto, que o tinha conhecido, decidiu toma-lo e a sua família e entre 1969-1974 Uria Simango viveu exilado no Egipto. Isto foi o que aconteceu e não uma outra asneira do Matsinha.
Estava na base da nossa revolta contra a liderança da Frelimo em 1968 a questão da infiltração inimiga. Acusávamos o próprio Mondlane de ser um infiltrado do inimigo. Muita agente não tinha confiança nele. Os portugueses informavam-se de tudo na Frelimo, mas eram fracos.
Se fossem com rodesianos, a Frelimo teria sido atacada na Tanzania. É porque Kaulza de Ariaga tinha sugerindo que se atacassem as bases terroristas na Tanzania e na Zambia, mas Caetano não teve coragem por temer uma reação internacional. Os rodesianos tinham dito aos portugueses para que se atacasse a base da Frelimo de Nachingwea.
NOTA:
Em destaque pela sua importância.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE