COMO a História nos diz, o homem branco português colonizador, para melhor reinar, tinha a política de exclusão, de divisão, de evitar que os nativos tivessem tempo para melhor pensarem.
Porém, como a História não desmente, aliás, há um ditado que dá conta que “o que é do alheio, assim parece, mas tem o seu legítimo dono”. Os nossos “madalas”, assim chamados hoje, sentiram na carne essa humilhação e trataram de inverter rumo da História. Os primeiros sinais deram indícios lá para bandas planálticas de Mueda, no inesquecível dia 16 de Junho de 1960.
Naquele dia, a independência foi evocada com uma certa abertura, embora o poder colonial tivesse tentado escamotear e mudar a agenda da reunião, para anunciar a boa nova, relativa aos incrementos dos preços de produtos agrícolas como algodão, sisal, feijão, castanha de caju tantos outros. A epopeia da independência deu eco, os presentes ignoraram tudo isso e disseram ao administrador colonial que ali estavam para exigir a liberdade, a independência, pois já estavam farto da colonização. Infelizmente, a resposta foi dada pelas balas assassinas. E como dizia Samora Machel, o povo nunca morre. O colonizador deu cabo de mais de 500 pessoas, porém, aquela acção foi inibidora. A revolta foi ganhando mais ímpeto e lá se cimentou a ideia independentista.
Três movimentos fundiram nas terras forasteiras vizinhas de Moçambique e nasceu a Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), pegou em armas e, dez anos depois, a liberdade, a autodeterminação, tinha sido ganhas. Em suma, o país ganhava a sua independência, o poder colonial rendeu-se à evidência dos factos e lá se foi.
Assim, o país ficou livre. O que viemos travando até aos nossos dias, é a independência económica, pois, a pobreza continua a dilacerar famílias moçambicanas. Contudo, a ninguém restam dúvidas que o bem mais precioso que a Frelimo trouxe os moçambicanos, foi a independência. Doa a quem doer, mas temos que reconhecer que a Frelimo trouxe a soberania para os moçambicanos. Os actos subsequentes, isso é outra História.
Nos tempos que correm, a luta é pela liberdade económica. Nos nossos dias, fala-se tanto de recursos minerais e energéticos que estão a ser descobertos e explorados. A Frelimo continua na mo de cima, está no poder, por isso, o que rezo é que para completar esta independência, o bem mais preciosos para todos nós, tem que garantir a distribuição clara e equitativa da riqueza que pertence a todos.
As políticas ditam uma coisa, todavia, a realidade manda dizer que o fosso entre ricos e pobres continua cada vez mais acentuado. Pouca gente encontra-se estável, porém, a maioria, continua na penumbra. A nossa independência terá melhor sabor ainda, um em que todos nós veremos que a justiça social e económica marcam presença nas nossas famílias. VIVA A INDEPENDÊNCIA NACIONAL! Que Deus tenha Samora Machel à sua direita!- Arlindo Oliveira