O INDIVÍDUO que assassinou o seu próprio filho de um ano e nove meses, na semana passada, em Taninga, distrito da Manhiça, pretendia vender a cabeça e os órgãos genitais a um valor de 500 mil meticais.
Esta informação foi dada ontem pelo porta-voz do Comando-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Pedro Cossa, que confirmou a detenção do autor do crime identificado por D. Chivite e o suposto mandante.
Falando no habitual briefing à imprensa, Pedro Cossa afirmou que D. Chivite reconheceu ter decepado a cabeça e os órgãos genitais do seu próprio filho para vende-los a um traficante por aquele valor.
Explicou que depois de assassinar o filho, Chivite levou os órgãos para Chókwè com o objectivo de entrega-los ao suposto mandante num local previamente combinado, mas que não o encontrou.
Como alternativa, o homicida deslocou-se à casa do seu pai, que por sinal também vive no distrito de Chókwè, alegadamente para depositar os órgãos.
“O pai já sabia o que tinha ocorrido na Manhiça e notou o embaraço e o estado aparentemente perturbado do filho. Questionado, este confessou o crime ao pai que tratou de comunicar à Policia”, disse Cossa.
Segundo a Polícia, o criminoso decidiu assassinar o seu próprio filho após não conseguir identificar uma outra criança com características solicitadas pelo mandante do crime. Este foi detido no fim-de-semana, de acordo com o Delegado do Instituto de Patrocínio e Assistência Jurídica (IPAJ), na Manhiça, Eliezer Mandlate.
Eliezer disse ainda, mas sem precisar a data exacta, que entre hoje e amanhã os criminosos seriam presentes ao Juiz de Instrução Criminal, marcando o início das audições que vão culminar com o julgamento do caso.
“A partir daí começaremos a ter as informações contadas na primeira pessoa pelo próprio autor do crime e do suposto mandante e estarão criadas todas as condições para o julgamento do caso”, disse Mandlate, apelando à contenção dos ânimos porque o processo pode levar o seu tempo.
Mandlate voltou a garantir que o IPAJ prestaria toda a assistência necessária à mãe da vítima até que todo o processo transite em julgamento e seja dado como encerrado.
O crime ocorreu na zona de Taninga, a cerca de 15 quilómetros da vila-sede da Manhiça, e o homicida viria depois a levar os órgãos para o distrito de Chókwè, província de Gaza, onde se encontrava o suposto mandante de crime.