QUEIMADAS descontroladas estão a afectar severamente as comunidades em diferentes pontos do distrito do Búzi, em Sofala. Campos agrícolas, pastos e bens da população estão literalmente a ser arrasados pelo fogo ateado por desconhecidos para, alegadamente, caçar ratazanas e regenerar solos.
Segundo revelou semana finda, o governador de Sofala, Carvalho Muária, durante uma visita que efectuou àquele ponto da província, o fenómeno está a atingir contornos calamitosos, havendo a necessidade de todos se juntarem para combater este mal.
“Preocupa-nos esta questão de queimadas descontroladas. Já há estragos, a população está a perder seus haveres. Na semana passada, uma família perdeu animais domésticos e outros bens”, comentou o governante afirmando que isso acontece numa altura em que o tempo fresco e seco está ainda a começar.
Para além de pedir explicação junto das autoridades tradicionais e membros do conselho consultivo distrital, o governador apelou a todos para se unirem contra o mal que retrocede todos os esforços tendentes ao desenvolvimento.
O distrito do Búzi é um dos potenciais agrícolas na província de Sofala. O grosso da população vive da agricultura. A pecuária é igualmente forte principalmente na zona sul daquele ponto. Devido às queimadas, o gado bovino está a sofrer duplo revés, o primeiro tem a ver com a prolongada estiagem e a seguir a devastação pelo fogo do pouco pasto que restou.
As queimadas descontroladas ameaçam igualmente a afectar o processo de prospecção do gás no Búzi. Particularmente, esta questão está sendo debatida de forma tímida. É que mesmo com informações dos trabalhadores que dão conta que o fogo se alastra até a zona da actuação da equipa encarregue de fazer a prospecção de gás, as fontes autorizadas desta firma não querem fazer comentários em torno do assunto.
Trabalhadores, que pediram para não serem identificados, afirmaram que diversas vezes a violência do fogo tentou os surpreender na zona dos furos, o que segundo comentaram, seria fatal.
Afirmaram que a direcção da empresa teve que orientar a mão-de-obra para fortificar o quebra fogo, método usado para o combate às queimadas que se caracteriza pelo isolamento da área muito aquém das recomendações. Tais medidas, conforme a explicação que nos foi dada, se afigura ineficaz pois o fogo também pode atingir os pontos protegidos. “O ideal é mesmo combater as queimadas descontroladas porque se assim continuarem podem deitar abaixo todo o esforço e o investimento que está sendo feito”, referiu um dos trabalhadores ligado aos trabalhos de prospecção de gás no Búzi.
- Rodrigues Luís