SR. DIRECTOR!
ii) O ter sido, em 1962, a FRELIMO, um congregador de ideias e de forças não pode ser visto como um critério inflexível, determinante e caracterizador que se esfumou porque um punhado de gente decidiu não mais abraçar a causa, entre traidores e ambiciosos...., mas sim uma estratégia bem delineada e concebida que merece sim os devidos méritos e louvores aos que o idealizaram e implementaram, aliás, devia ter-se em conta que as várias lutas no lugar de uma só foram o motivo da longa duração do colonialismo em África (réstias do dividir para reinar) e foi inteligente, sempre, a FRELIMO ao pregar e pautar pela unidade, e foi o 25 de Junho de 1975.
iii) Ademais, parece ser de também de concordar que a FRELIMO ainda se guia por muitos dos princípios cuja génese se reporta a sua fundação (Unidade Nacional, Igualdade, Defesa dos interesses do Povo Moçambicano e de Moçambique), adaptados, claro, a realidade e desafios contemporâneos (v.g. o combate à pobreza e a promoção do bem estar dos moçambicanos), além do que tem hoje vivos membros presentes na sua fundação.
iv) Se tivéssemos de atender ao repertório orgânico-deliberativo, os congressos (exemplo de génese e continuidade democrática, que contraria os pretensos impossíveis progenitores da democracia), veríamos claramente que a continuidade é uma realidade, obrigando-se desse modo a uma leitura devida e actualizada a qualquer decreto, se não hoje se prepararia um outro congresso que não o X. Parece ter faltado muito trabalho de casa ao historiador.
v) Da política comparada, buscaríamos a história do nosso vizinho e irmão ANC para também desmentir, de acordo com a teoria do menino historiador, Mangaung de 1912 e dizer que o ANC, partido, existe a partir da década 90 do século passado, afinal antes disso o ANC era um movimento “turra” (termo usado para designar terroristas pelos colonialistas portugueses), segundo classificação do regime minoritário e segregacionista do apartheid.
vi) A ideia dos acrónimos foi e é também usada para construir a tese de descontinuidade, alegando-se uma diferença bastante entre a FRELIMO/Frelimo, sendo que a primeira teria que ver com o partido e a segunda com o movimento, algo verdadeiramente ridículo, primeiro porque nenhuma das formas abreviadas de escrita implicou a mudança do nome Frente de Libertação de Moçambique.
Mais uma vez, e pelos pontos acima vertidos, e a guisa de conclusão, é de considerar desfasada, irreal e irresponsável a tese do jovem historiador que parece mais um menino a brincar às histórias, procurando alimentar o seu ego e o seu aparecimento público, numa altura em que alguns medias se dedicam com amor e afinco á venda de qualquer coisa que não notícia, despromovendo-se a ética e deontologia jornalística e esquecendo-se do dever informativo-educativo que sobre eles pesa e deles se espera, pelos vistos desespera-se.
Em humilde pensar, e porque as liberdades o permitirem, a tese do menino parece mais uma falta de consideração à aqueles que libertarão o país, enfim, apenas desabafos.
Mais, parece que o que se leu do menino historiador foi um Nkaringana wa Nkaringana contado com sátira e em transe. Quo vadis rapaz?
- Isâlcio Ivan Rogério Mahanjane