Para as próximas eleições
A presidente da Liga Moçambicana dos Direitos Humanos (LDH), Maria Alice Mabote, defende a necessidade de o partido Movimento Democrático de Moçambique (MDM) imprimir maior dinâmica no esclarecimento da opinião pública apetrechando-a dos necessários conhecimentos relacionados com o processo eleitoral e para que saiba exigir o cumprimento dos manifestos eleitorais por parte dos partidos vencedores.
Aquela representante da sociedade civil que falava em Nampula no último sábado no decurso do seminário regional-norte de formação de quadros do MDM em matérias de processos eleitorais, informação e marketing político, disse que aquela formação política deve começar já a traçar novas estratégias destinadas a pôr cobro à manipulação dos eleitores pelo partido no poder e até porque, segundo suas palavras, a população está cansada com as falcatruas cometidas sistematicamente pela Frelimo e tem os olhos postos no MDM como o único partido capaz de mudar o actual sistema de governação em que se verifica uma total exclusão das comunidades nas oportunidades de desenvolvimento.
Mabote afirmou que a participação vitoriosa do MDM nas autarquias do próximo ano constituirá factor determinante para Davis Simango poder atingir a Ponta Vermelha. E para a concretização deste propósito, Alice Mabote instou os membros do partido a empenharem-se decididamente na integração de toda a camada social, intelectuais, camponeses, jovens e, sobretudo, mulheres, e garantir para que todos estejam envolvidos na materialização dos almejados objectivos.
Acrescentou que a comissão política deve estudar bem a questão de se candidatar às presidenciais. Se acharem que não será possível vencer as eleições colocando Davis Simango como candidato, então há necessidade de se escolher outra pessoa que achem com a requerida credibilidade no seio da sociedade.
E para garantir essa credibilidade no seio da sociedade, comunidade internacional e os doares apelou à prestação de contas do MDM através de auditoria interna e elaboração de plano estratégico anual.
O que interessa aos moçambicanos é apenas a mudança do sistema de governação – explicou Alice Mabote, referindo que ao nível da base deve haver pouca realização de comícios populares, mas sim de um movimento que apelidou de “corrente de seis pessoas” que consiste em formar uma ramificação de membros onde cada um tem o dever de mobilizar mais seis pessoas que possam engrossar os votos a favor do candidato do MDM.
Mas, para tal, é necessário submeter esses concidadãos a uma educação cívica e defender os seus direitos em eventuais casos de violação por parte do Estado. Essa é única maneira de os partidos políticos serem conhecidos como entidades que lutam pela causa da sociedade.
Mabote deu a entender que a Frelimo dispõe de meios poderosos para a ampliar as suas reais actividades e transmitir informações enganosas à população, convencendo-a de que tudo que está a fazer é que está certo. Referiu-se, a título ilustrativo, às presidências abertas do Presidente da República, onde é, alegadamente, usado dinheiro do Estado para a realização simultânea de actividades políticas.
Por último, aquela intrépida lutadora pelos direitos humanos alertou que o MDM não deve perder tempo a investir em terrenos improdutivos, como aconteceu, por exemplo, quando concorreu à autarquia da cidade de Pemba, onde a Frelimo tem enraizado um histórico cordão umbilical.
WAMPHULA FAX – 23.07.2012