Ilha de Moçambique
O director do Gabinete de Restauração da Cidade da Ilha de Moçambique (GACIM), Celestino Girimula, diz que a crise financeira que, presentemente, abala os países da Europa (como Portugal e outros) financiadores está a dificultar a prossecução dos projectos de reabilitação dos edifícios degradados da Ilha de Moçambique, declarada pela UNESCO património mundial da Humanidade.
Girimula frisou que a sua preocupação resulta do facto das actividades planificadas pelo seu gabinete, referente principalmente à restauração daquele património cultural, registarem um acentuado abrandamento devido ao facto de se terem esgotado os fundos de financiamento, conquanto ainda exista muito trabalho por realizar.
A primeira dificuldade que enfrentamos é essa de já não haver fundos para o prosseguimento dos trabalhos de reabilitação de edifícios degradados da Ilha de Moçambique. Por exemplo, Portugal tem muita vontade em apoiar os programas de reabilitação deste património, mas está limitado por causa da crise, disse Celestino Girimula, que acrescentou que a própria UNESCO também tem-se confrontado com dificuldades, ultimamente, para apoiar os projectos de reabilitação das infra-estruturas históricas degradadas na Ilha. Aliás, até o escritório daquela instituição das Nações Unidas, que funcionava perto do Gabinete de Restauração da Ilha de Moçambique, que ajudava este gabinete na angariação de fundos, já fechou as portas, deixando ainda mais complicada a situação de falta de financiamentos.
Segundo Celestino Girimula, a UNESCO prestou muita ajuda na obtenção de fundos para o seu gabinete, através dos quais se conseguiu reabilitar algumas das importantes infra-estruturas em ruínas naquela ilha, como são os casos da primeira fase da grande Fortaleza de Sebastião e do Museu, cujas obras estão ainda em curso.
Por parte do governo também já tivemos alguma injecção de fundos que permitiram a execução de obras de vulto de reabilitação da principal e única ponte que estabelece a comunicação entre a parte insular e continental da Ilha de Moçambique, a reabilitação da ponte cais e do edifício onde funciona actualmente a empresa Telecomunicações de Moçambique, anotou o director do Gabinete de Restauro da Ilha de Moçambique.
De referir que Celestino Girimula havia garantido em Janeiro deste ano que os projectos, visando a restauração do património material e imaterial, em curso na Ilha de Moçambique, não haviam de sofrer qualquer suspensão mesmo com o eventual agravamento da crise que assola o grupo de países que tradicionalmente apoiam intervenções naquela histórica, com o suporte da UNESCO.
WAMPHULA FAX – 30.07.2012