A par da criação, como vimos já, da série de postos de intervenção e aquartelamentos – que funcionam como que um baluarte ao longo do Messalo, de modo não só a impedir a infiltração dos bandos terroristas para sul do grande rio que divide o distrito em duas faixas mas igualmente para que deles partam os ataques envolventes que, como tenaz de ferro, está apertando o inimigo cada vez mais – estruturou-se em Cabo Delgado um curioso e eficientíssimo sistema de aldeamentos de fronteira que está, na verdade, provando em absoluto.
Como que num colar autêntico, inicia-se a série de aldeamentos novos junto ao litoral, logo um pouco acima de Mocímboa, para, inflectindo da costa para o interior, ir subindo e acompanhando a fronteira de modo a formar como que um radar perfeito de detecção de novos bandos que pretendam passar-se para o interior dessa vasta zona ao Norte do Messalo a fim de se juntarem, em apoio, aos que ali se encontram flagelados pela acção da tropa e das milícias que do Messalo para cima os combatem.
Por sua vez, ao criarem-se tais aldeamentos, visou-se também a necessária protecção às populações que, aglomeradas agora e possuindo os seus meios de defesa próprios, se sentem seguras e livres da acção do inimigo que até antes as perseguia impiedosamente, na tentativa de angariar gente para as suas hostes, subsistência para os seus grupos. E claro está que, sem defesa própria e expostas à sua violência, nenhuma outra alternativa mais lhes restava do que cederem mesmo à sua vontade.
In http://blogueios.blogspot.pt/2006/11/os-espantosos-danarinos-do-quissengue_11.html
(Na foto, da esq. pra a direita, Ten Tito Xavier, jornalista Guilherme de Melo e o Régulo do Nhica do Rovuma, Juma Abdala(?))