“Mulheres e raparigas das zonas rurais, atraídas para as cidades em Moçambique ou África do Sul com promessas de emprego ou educação, são exploradas em servidão doméstica e comércio sexual. Jovens e rapazes moçambicanos são submetidos a trabalho forçado nas plantações e nas minas da África do Sul, onde muitas vezes trabalham por vários meses sem remuneração e em condições coercivas, antes de serem entregues à polícia para serem deportados como imigrantes ilegais. Alguns adultos moçambicanos são submetidos a trabalho forçado e prostituição forçada em Portugal” – extracto do Relatório do Departamento de Estado norte-americano sobre o Tráfico de Pessoas em Moçambique
O Executivo moçambicano, desde o chefe de Estado, Armando Guebuza, até aos demais governantes, incluindo os deputados da Assembleia da República pela bancada do partido governamental e os académicos seguidistas do regime, têm mais uma avaliação externa para contestar e tentar desmentir. Trata-se do Relatório do Departamento de Estado norte-americano, sobre o Tráfico de Pessoas em Moçambique, referente ao ano 2012, que acaba de ser divulgado, descrevendo uma situação sombria em que vivem os moçambicanos, principalmente os mais pobres, que são a maioria esmagadora.
O relatório norte-americano não descreve muita coisa que não seja do conhecimento público. Fala de tráfico de pessoas no país para serem explorados nos países vizinhos como escravos de trabalho forçado e ou sexuais. Fala da cumplicidade da polícia e dos funcionários públicos no tráfico de pessoas, fala de um Governo que não cumpre o mínimo exigido para garantir a protecção das pessoas, fala de um pouco de tudo o que a maioria dos moçambicanos vive, mas que o regime no poder teima em não reconhecer, fingindo que o País está bem e com números não sustentado por factos, procura desenhar um Moçambique desenvolvido.