O ESTADO Moçambicano “respira” democracia, precisamente pela actuação da sua Assembleia da República – o mais alto órgão do poder legislativo no país.
Esta observação foi feita ontem, em Maputo, pelo Vice-Presidente da República Federativa do Brasil, Michel Timer, no final de um encontro de cortesia que manteve com a Presidente da Assembleia da República, Verónica Macamo.
Michel Timer, que se encontra de visita ao nosso país no âmbito da IX Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), disse a jornalistas ter ficado impressionado com o funcionamento do Parlamento moçambicano, em função do relato feito pela respectiva líder, Verónica Macamo.
“Ouvi, até, algumas ideias originais que quero levá-las para o Brasil e pude, também, descrever a situação actual do Brasil, onde também se respira democracia, existem instituições livres, onde há, igualmente, desenvolvimento acentuadíssimo e um reconhecimento internacional do Estado brasileiro”, frisou Michael Timer.
Na ocasião, o governante brasileiro lamentou o facto de o Grupo Parlamentar de Amizade e Cooperação Brasil/Moçambique estar “um pouco desactivado”, neste momento tendo prometido interceder no sentido de reactivá-lo com muita intensidade, incluindo as suas acções.
Michael Timer, que exerceu actividade parlamentar durante 24 nos, disse que quando chegar ao seu país vai solicitar um encontro com o presidente da Câmara dos Deputados a fim de sugerir a reactivação, com muita intensidade, das relações de amizade entre os dois países sobretudo na área parlamentar.
Por sua vez, Verónica Macamo referiu que nesta cooperação, Moçambique vai continuar a priorizar a troca de informações, utilizando as tecnologias de informação e comunicação.
“O Brasil tem uma experiência, na área legislativa, bastante boa e dela temos aprendido muito e também dando a nossa modesta contribuição. Mas também existe um aspecto muito importante, estando em consolidação, neste momento, o trabalho de refinamento da nossa Constituição, estamos neste momento a fazer recolhas para que esse trabalho seja coroado de êxitos. Para tal, gostaríamos de contar com a colaboração do Brasil nessa actividade”, disse a presidente da AR, para depois ressalvar que as propostas que deverão vir da “terra do samba” deverão, obviamente, ser adaptadas à realidade nacional.
“É verdade que estamos em pontos geográficos distantes, mas há muita similaridade, ou seja muita coisa em comum, e quando há tantas coisas em comum é fácil encontrar soluções adaptáveis”, sublinhou a parlamentar moçambicana.
“Também aproveitei o facto do vice-presidente do Brasil estar aqui para agradecer, em nome dos moçambicanos, dos seus representantes, o facto de o Brasil ter investido, particularmente, na fábrica de anti-retrovirais. É uma questão que, para nós, é de grande importância, porque vai minimizar o sofrimento das pessoas, vai reduzir as mortes e melhorar a assistência medicamentosa às populações que carecem deste tipo de assistência. Portanto, endereçamos os nossos agradecimentos ao Governo e ao povo brasileiro”, enfatizou a presidente da AR.