A RENAMO, principal força política da oposição política no país, diz que a I Sessão Ordinária do seu Conselho Nacional, realizada na semana passada na cidade de Nampula, já deliberou levar à Organização das Nações Unidas (ONU), as suas denúncias sobre alegadas perseguições e espancamentos sistemáticos de que sofrem os seus membros e simpatizantes protagonizados pelo partido no poder nas províncias de Gaza, Inhambane e Maputo, para que a comunidade internacional possa provar como está a custar para aquele partido, a implementação da democracia multipartidária sólida em Moçambique.
O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, que revelou o facto, falando no encerramento da referida sessão, disse que tal decisão foi tomada por também constatar-se que essas perseguições e espancamentos estão a contribuir para que os delegados políticos provinciais e distritais não consigam desenvolver de forma abrangente as suas actividades junto do eleitorado daquelas províncias, comprometendo a sua inserção, tanto é que já foram denunciadas várias vezes em diferentes fóruns sem que quem direito tenha mexido palha no país.
“Por isso concordarmos nesta sessão do Conselho Nacional, mandar uma deliberação ou resolução de denúncia às Nações Unidas, sobre as perseguições e espancamentos sistemáticos dos nossos membros e simpatizantes nas províncias de Gaza, Inhambane e Maputo, protagonizados por membros e simpatizantes do partido no poder”, disse Afonso Dhlakama.
Segundo o líder do maior partido da oposição em Moçambique, essa deliberação deverá chegar também às outras instituições como por exemplo, Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), União Africana, universidades, Corpo Diplomático, Conselho do Estado, Tribunal Supremo e outras, como forma de demonstração da prevalência e sobretudo da gravidade da situação.
Entretanto, alguns delegados políticos da Renamo naquelas províncias secundaram as palavras do seu líder. Tal é o caso de Samo Gudo, delegado político da província de Maputo, que salientou na ocasião estar a enfrentar imensas dificuldades ou de estar a ser impedido de desenvolver as suas actividades junto do eleitorado, por alegadamente aquela província ser da Frelimo.
“Na realidade, democracia não é isto. Nós estamos a ser ameaçados todos os dias por alguns indivíduos a mando da Frelimo. Inclusive há zonas da província de Maputo em que não nos atrevemos chegar lá, e para evitar o pior que possa nos acontecer, preferimos ‘encurralados’ nos nossos escritórios”, disse.
O novo secretário-geral da Renamo disse falando perante aos membros do Conselho Nacional do partido e outros convidados ao encontro, que a sua primeira prioridade é dar todo um trabalho planeado no espírito da coesão do partido e dos seus programas gerais que vinham sendo desenvolvidos pelo seu antecessor.
De referir que a I Sessão Ordinária do Conselho Nacional da Renamo fez remodelações de vulto na estrutura do partido, tendo para secretário-geral sido eleito o economista Manuel Zeca Bissopo, em substituição de Ossufo Momade, que durante seis anos desempenhou a função. Todavia, o referido Conselho indicou Leopoldo Ernesto, para o presidente da Mesa da Assembleia daquele Órgão. Foram também indicados 11 membros para fazerem parte do Conselho Nacional da Renamo.