Na baixa da cidade de Maputo
Município não aprova este negócio, mas “deixa andar” por temer manifestações populares em caso de proibição
São 12 horas. Uma fila de funcionários de escritórios na baixa da cidade cresce ao redor de uma viatura minibus no passeio da Avenida Samora Machel, no coração da cidade comercial. Bem vestidos, os funcionários públicos e privados caminham ordeiros e lentamente em direcção à viatura.
Dentro do carro, duas senhoras vestidas de aventais servem refeições em pratos descartáveis, enquanto a terceira, na porta do carro, vai recebendo o dinheiro dos clientes. O negócio é venda de comida.
“Frango, 50 meticais, perú, 60 meticais, peixe, 80 meticais, fígado, 75 meticais, feijoada, 40 meticais”, diz-nos a caixa do “restaurante ambulante”, quando perguntámos o preço das refeições antes de nos apresentarmos como jornalistas.
Para não defraudar as suas expectativas, comprámos um prato e de seguida pedimos a informação para a construção deste texto. A moça de idade entre 20 e 25 anos explicou que trabalha para “uma senhora”, que prepara as refeições em casa e depois manda-a para a baixa da cidade para vender. As outras senhoras são também empregadas.
Este é apenas uma das várias esquinas de venda de comida confeccionada em Maputo. Elas nasceram há pouco tempo. Antes as refeições vendidas nos passeios eram para pessoas de baixa renda e aparentemente mal conservadas e não eram transportadas em panelas, no interior de viaturas, mas, sim, em baldes plásticos. Mas neste novo tipo de restaurantes comem até funcionários de bancos e alfandegários, conhecidos como os trabalhadores mais bem pagos do país.
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