A transferência de novas tecnologias, designadamente chinesas, para os produtores nacionais de arroz, visando a melhoria dos rendimentos daquele cereal por hectare no regadio do Baixo Limpopo, em Xai-Xai, continua aquém das expectativas.
Esta constatação foi feita anteontem, em Xai-Xai, por um grupo de deputados da Assembleia da República (AR) eleitos pelo círculo provincial de Gaza, que há poucos dias visitaram aquele regadio, visando inteirar-se das actividades em curso, viradas para produção de comida.
“Fomos ao terreno, onde estão a trabalhar os chineses, para ver o que está sendo feito. Sentimos que, de facto, estão a trabalhar. Entretanto, constatamos também que em relação à transferência de tecnologias para os produtores moçambicanos, em particular para os agricultores da vizinhança ainda não alcançou os níveis desejados”, segundo Regina Macuácua, cabeça de lista dos deputados da AR pelo círculo eleitoral de Gaza.
Segundo observou a parlamentar, os técnicos chineses estão no Baixo Limpopo e a produzir, passam quatro anos e apenas conseguiram transferir experiências de produção para quatro produtores nacionais.
“Achamos nós (deputados) que este número é demasiado pouco e eles deviam planificar acções, determinando, em cada ano, o número de novos agricultores a serem abrangidos nesta componente de transferência de tecnologias”, frisou Macuácua.
Os parlamentares apreciaram, igualmente, o nível de aproveitamento das áreas disponíveis para a produção de cereais como, por exemplo, de arroz e trigo.
O projecto de produção de arroz no Baixo Limpopo remonta a 2007, aquando da assinatura de acordos de geminação entre as províncias de Gaza e Hubei (China), o qual estabelece, numa primeira fase, que os técnicos chineses deverão garantir a produção de arroz numa área de cerca de 300 hectares, assegurando, simultaneamente, a assistência em técnicas de produção a agricultores nacionais.
Os trabalhos de testagem dos solos iniciaram-se há quatro anos, mas, desde então a esta parte, têm-se traduzido na produção de pelo menos dez toneladas de arroz por hectare, contra dois a três toneladas/hectare da capacidade do sistema tradicional moçambicano. Só na primeira época da campanha agrícola 2011/012, aquele grupo de chineses no Baixo Limpopo produziu perto de 2500 toneladas de arroz, numa área estimada em cerca de 250 hectares.
DIÁRIO DE MOÇAMBIQUE – 14.07.2012