Os pembenses foram colhidos de surpresa, pelo valor que sempre deram àquele estabelecimento turístico, pertença de Humberto Monteiro, um empresário de Pemba que, para além do Nautilus, também explora o Hotel Cabo Delgado, gigante que nos últimos tempos tem vindo a cair face à concorrência vigente na indústria hoteleira.
O BCI terá penhorado aquele estabelecimento hoteleiro em resultado de dívidas acumuladas contraídas por aquele empresário, mas Humberto Monteiro, solicitado pelo nosso Jornal por diversas vezes a comentar, não se dispôs a fazê-lo, no meio de informações não confirmadas de que tenha promovido uma acção cautelar junto às instâncias judiciais no sentido de evitar, à última hora, a penhora.
Entretanto, soubemos de um trabalhador afecto à recepção do Hotel Nautilus que todos trabalhadores daquele estabelecimento hoteleiro têm conhecimento da venda do imóvel, mas disse não serem do seu domínio as razões, não podendo comentar, por isso, à volta do assunto, pois todos estão à espera dos desenvolvimentos que se possam seguir.
O Hotel Nautilus é possuidor de um casino, lugar que há bem pouco tempo reunia pessoas de diferentes partes de Moçambique e não só. Os sinais da existência de problemas começaram a revelar-se no início do presente ano, quando o casino fechou as portas e mais tarde o restaurante e bar tiveram a mesma sorte.
O estabelecimento possui dois edifícios de igual número de pisos, com restaurante e casino, recepção e escritórios administrativos, blocos de lojas de conveniência, 35 bangalows constituídos por dois quartos e instalações sanitárias cada, área de lazer com esplanada e piscina.
Não menos inquietante, porém, é o facto de o anúncio do BCI adiantar que o imóvel do concurso de venda poderá ser transmitido a cidadãos estrangeiros, não existindo sobre este qualquer ónus de intransmissibilidade, alegadamente porque a abertura das propostas será objectiva e levará em conta como critério para a decisão o maior preço global, a forma de pagamento, idoneidade do concorrente, não obstante revelar que será considerado o destino a ser dado à infra-estrutura tendo em conta a sua vocação.
- Pedro Nacuo