A data prevista para a recepção das casas, conforme a fonte, é 15 de Setembro próximo, o que, conforme os preparativos assistidos pela nossa Reportagem, no local, farão de Namanhumbir uma vila mineira, a condizer com o facto de se tratar da primeira indústria de exploração de pedras preciosas no país, equipada com equipamento moderno e sofisticado, propositadamente construído.
Dias antes, conforme Asgar Fahkr, a 9 de Setembro próximo, o consórcio espera receber uma planta (máquina) de lavagem das areias, à procura do minério tido como o segundo mais caro do mundo, depois do diamante, especialmente encomendada da vizinha África do Sul, equipada com tecnologia alemã e de outros países reconhecidos na área de mineração.
“Trata-se de uma máquina super-sofisticada, que terá a tarefa de, numa primeira fase, alcançar a meta de 500 toneladas por dia, com o objectivo de chegar às 3.000 toneladas diárias”, acrescentou a nossa fonte.
Na semana passada, com efeito, a mina de Namanhumbir começou a fazer a lavra, em moldes industriais, numa cerimónia que consistiu na entrada em acção da vasta maquinaria adquirida pela empresa e que chegou a 3 de Abril passado, depois do momento oficial, dirigido pelo director provincial dos Recursos Minerais e Energia, Ramiro Nguiraze, que cortou a fita para o acesso à primeira área a ser lavrada pelas máquinas da empresa exploradora.
Aquele membro do governo provincial de Cabo Delgado, em resposta a uma pergunta do nosso jornal, em face de alguma inquietação de alguns ambientalistas, garantiu ao nosso jornal, que todos os aspectos de ordem ambiental estão acautelados, não havendo de momento o perigo de uma alegada degradação do ambiente em resultado da lavra que teve início.
Nguiraze confirmava assim que se tratava, na verdade, da entrada da fase de exploração, a partir da qual o governo começa, ao mesmo tempo, fazer o controlo, de modo a informar-se permanentemente sobre a actividade daquela indústria mineira.
O consórcio Montepuez Ruby Mining, Lda, é uma “joint venture” constituída pela empresa moçambicana Mwiriti, Lda e a empresa britânica da área de mineração, denominada Gemfields, com nome além-fronteiras, que actua, com sucesso na vizinha Zâmbia. Aqui implanta-se depois de um processo liderado pela sua contraparte, que se mostrou longo e sinuoso, visando a sua legalização e sensibilização das comunidades locais, que também reivindicavam a área mineira.
Em seis meses, desde os primeiros passos decisivos dados pela Mwiriti, Lda, quando ainda estava à procura de parcerias com empresas cotadas a nível da mineração e domínio do mercado mundial de minérios do valor do rubi de Namanhumbir, aos nossos dias, assiste-se naquele posto administrativo uma sucessão de transformações, que a actual empresa promete continuar até que as populações locais se sintam parte do empreendimento.
Aliás, o director do projecto, Sanjay Kumar, pediu na semana passada, para que as autoridades colaborarem com a sua empresa, principalmente no que aos aspectos ligados à legislação diz respeito, alegadamente porque é sua intenção ver o empreendimento como parte integrante das comunidades locais, bem como para que não haja desentendimentos de qualquer espécie com o governo.
- Pedro Nacuo