Análise Por Simon Muteerwa*
Na entrevista concedida ao Canal de Moçambique, o Dr. Eric Morier-Genoud referiu-se à questão da guerra civil.
Repete conceitos há muito conhecidos de que a Renamo foi uma criação rodesiana, que era uma oposição qualitativamente inferior. Defende depois a ideia de que até 1984 não havia guerra civil em Moçambique, mas antes uma guerra de desestabilização, alegando que só a partir desse ano é que a Renamo desenvolveu uma dinâmica mais interna.
Na análise que faz da evolução política moçambicana a seguir à independência, Morier-Genoud parte de uma premissa errada pois pretende explicar o surgimento da oposição armada em Moçambique como uma questão ditada do exterior, em decalque da versão oficial da história do nosso país. Morier-Genoud peca por ignorar que antes de a Renamo ter sido fundada, ocorriam, longe das fronteiras com a Rodésia e África do Sul, acções de guerrilha levadas a cabo pelo Partido Revolucionário de Moçambique (PRM) de Amos Sumane. E mesmo antes do aparecimento do PRM, o governo da Frelimo deparou com uma dissidência militar interna que viria ser esmagada na sequência de uma tentativa de Golpe de Estado em Dezembro de 1975.
Leia em http://www.canalmoz.co.mz/hoje/23569-guerra-civil-e-dinamica.html