Os governos do Malaui e da Tanzânia vão pedir a mediação do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) para a resolução do diferendo sobre a posse do lago Niassa, reivindicado pelos dois países.
A recomendação foi feita durante um encontro entre os ministros dos Negócios Estrangeiros malauiano, Ephraim Mganda Chiume, e tanzaniano, Benard Membe, que decorreu em Lilongwé, na capital de Malaui.
Falando aos jornalistas no final do encontro, o chefe da diplomacia do Malaui garantiu ter havido progressos na busca de solução do conflito, anunciando uma nova ronda negocial para setembro na capital tanzaniana, Dar-es-Salaam, antes de submeter o caso ao TIJ.
"Achamos que ainda existem outras opções diplomáticas que poderemos explorar, incluindo o envolvimento de uma terceira parte. Nós recomendamos aos funcionários dos dois lados para olharem para o assunto novamente em Dar-es-Salaam", disse Ephraim Mganda Chiume.
Os dois países têm trocado nos últimos dias acusações sobre a posse do lago Niassa (também conhecido como Lago Malaui) nas águas não detidas por Moçambique.
O Malaui defende como sua toda essa área, mesmo a que banha a costa tanzaniana, ao abrigo do Tratado anglo-alemão de 1890, enquanto a Tanzânia exige uma partilha a meio do terceiro maior lago africano.
"Nós concordamos que a disputa que temos requer uma solução negociada através da diplomacia, enquanto isso, ambas as partes são instadas a abster-se de fazer quaisquer declarações provocativas que possam criar tensão entre os povos dos dois países", disse, no entanto, o chefe da diplomacia da Tanzânia.
MMT.
Lusa – 28.08.2012