Chegou ontem o fim do ciclo de inauguração de estátuas nas capitais provinciais, em homenagem ao “primeiro Presidente de Moçambique independente, Samora Machel. O acto foi dirigido pelo Chefe do Estado, Armando Guebuza, numa cerimónia que teve lugar no dia das FADM.
Foi numa cerimónia de Estado em que, Armando Guebuza, procedeu, esta terça-feira, à inauguração da décima primeira e última estátua em homenagem a Samora Machel. A Estátua de Samora Machel na cidade de Pemba foi colocada defronte do edifício do Conselho Municipal local, cuja primeira pedra para sua edificação foi lançada, a 5 de Outubro de 1976, pelo o primeiro Presidente de Moçambique independente.
No acto de inauguração da estátua de Samora Machel em Pemba, Armando Guebuza destacou, na sua intervenção, que aquele monumento era de capital importância, visto que Machel visitou Cabo Delgado por várias vezes, durante a luta de libertação nacional, com o objectivo de ajudar a organização das forças guerrilheiras e mobilizar a população para a guerra prolongada.
Todavia, estas não foram as únicas acções de Machel em Cabo Delgado, pois, durante a famosa “Operação Nó Górdio”, a maior operação ofensiva militar lançada pelas tropas coloniais em território nacional, Samora Machel dirigiu a defesa do país a partir de Cabo Delgado.
História do nome Pemba
Para fundamentar as várias razões históricas que Samora Machel poderia ter para justificar a sua tamanha “simpatia” para com a província de Cabo Delgado, e particularmente a cidade de Pemba, o Chefe do Estado moçambicano disse, ainda no seu comício popular, no local da inauguração da estátua, que “foi nesta província onde Machel teria recebido a trágica notícia da morte do primeiro presidente e fundador da Frelimo, Eduardo Mondlane, a 3 de Fevereiro de 1969, quando se encontrava em missão de trabalho nas zonas libertadas daquele ponto do país.
Outro factor também histórico, que o proclamador da independência nacional teve com esta província, foi o facto de ter aqui iniciado, a 24 de Maio de 1975, a chamada “viagem triunfal sob o signo ‘do Rovuma ao Maputo’”. Tratou-se de uma viagem iniciada no distrito de Mueda, norte da província de Cabo Delgado, que marcava assim a entrada de Machel a Moçambique, depois dos Acordos de Lusaka.
Foi ainda em Cabo Delgado, durante o decurso do ano de 1975, onde Samora Machel, no contexto da promoção da unidade nacional, concebeu a chama da unidade, que partiu do distrito de Nangade, a 9 de Junho do mesmo ano, para um percurso do Rovuma ao Maputo.
Quanto à cidade de Pemba, que assistiu ontem à inauguração da estátua de Samora Machel, reza a história que foi Samora Machel quem teria atribuído o actual nome à cidade, durante um comício popular. Antes, Samora questionara por que é que a cidade se chamava Porto Amélia.
Estátua inaugurada no dia das forças armadas
A inauguração da Estátua de Samora Machel na cidade de Pemba aconteceu, exactamente, no dia das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, e foi testemunhada por altas figuras do Estado Maior General e membros do governo.
Na ocasião, o ministro da Defesa Nacional, Filipe Nyusi, disse ser prioridade das Forças Armadas, ainda que em tempo de paz, garantir a defesa da soberania nacional. Todavia, Nyusi assumiu que, mesmo com a paz, as Forças Armadas tinham pela frente a árdua missão de proteger as águas territoriais moçambicanas, devido a constantes ameaças dos piratas do mar.
O PAÍS – 2226.09.2012