O porta-voz da Renamo disse ainda que a Renamo foi enganado pelo presidente da Frelimo e da República, Armando Guebuza, durante os mediatizados encontros que houve em Nampula, entre ambos.
Fernando Mazanga precisou ao Canal de Moçambique na manhã desta terça-feira que as alegadas negociações “estão em banho-maria” ou simplesmente nunca chegaram a existir desde que reuniram os presidentes Armando Guebuza e Afonso Dhlakama, dos partidos Frelimo e da Renamo, respectivamente.
“O presidente da República apenas estava a entreter-nos enquanto nós íamos adiando o que tínhamos planificado, na confiança de que estávamos a tratar de coisas sérias”, referiu a fonte da Renamo.
Comissão Política convocada para Outubro em Quelimane
Por isso, segundo deu a conhecer Fernando Mazanga, o presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, convocou a Comissão Política do seu partido para uma reunião na primeira quinzena do próximo mês de Outubro na Cidade de Quelimane, província central da Zambézia, para “tomar uma decisão definitiva sobre a matéria e “outras questões que a Frelimo vem protelando”.
“Não há nenhuma negociação que esteja em curso. Está tudo em banho-maria. Não há nada de concreto. O presidente da República apenas mentiu para a Renamo quando prometeu que iria criar uma comissão de trabalho que iria auscultar as posições da Renamo sobre os aspectos dos mega-projectos”, disse Fernando Mazanga acrescentando que “isso não passou de palavras de entretenimento”.
Renamo insiste que não quer sociedade civil na CNE
Sobre o Pacote Eleitoral, a Renamo insiste que a composição da Comissão Nacional de Eleições (CNE) deve ser partidária.
“Em primeiro lugar, nós continuamos a defender que a CNE deve ser composta pelos partidos políticos representados na Assembleia da República e os partidos extra-parlamentares”, disse Fernando Mazanga.
Mazanga disse ainda sobre a matéria que a Renamo não quer “nenhuma sociedade civil na CNE, mas, sim, apenas na fiscalização e observação dos processos eleitorais tal como acontece com outras organizações que tem tido o papel de observadores”.
Segundo Fernando Mazanga, a Comissão Politica vai “formalizar” sobre a posição daquele partido em matéria de eleições autárquicas de 2013, eleições gerais de 2014, a revisão do Pacote Eleitoral e processo das negociações entre a liderança da Frelimo e da “Perdiz”.
Digressão de Dhlakama adiada
Entretanto, o líder da Renamo que devia iniciar em Agosto passado uma digressão pela zona sul do país segundo a deliberação saída na última reunião do Conselho Nacional realizado na cidade de Nampula, acabou adiando a viagem.
O porta-voz da Renamo fala de “razões de agenda” de Afonso Dhlakama para justificar o adiamento da digressão enquanto os outros quadros da “Perdiz” falam de “razões desconhecidas”.
Memorando com os partidos políticos
Enquanto isso, a Renamo nega que tenha alcançado qualquer entendimento com um grupo de partidos políticos extra-parlamentares.
“Apenas eles se aproximaram da Renamo, para manifestarem o seu apoio em relação às posições da Renamo, sobre várias matérias de interesse nacional como a revisão da Constituição, Pacote Eleitoral, mega-projectos, entre outros”, disse Fernando Mazanga, afirmando que “eles se identificam com as posições da Renamo”.
Ainda de acordo com a fonte, os vinte partidos políticos manifestaram interesse de aderir a qualquer projecto político da Renamo.
Num outro desenvolvimento, a Renamo, segundo Fernando Mazanga, afasta qualquer possibilidade de uma coligação com os partidos políticos da oposição.
“Não está equacionada qualquer possibilidade de uma coligação.
Nós já tivemos uma coligação que ficou desfeita.
Neste momento no nosso horizonte não temos nenhum interesse com uma coligação como estratégia recomendada pelo partido”, esclareceu o porta-voz da Renamo em contacto com a Reportagem do Canal de Moçambique.
Ele acrescentou, por outro lado, que “a Renamo fará tudo para ajudar os partidos políticos da oposição a conquistarem assentos na Assembleia da República”.
“Quem sabe talvez lá dentro da Assembleia da República possamos encontrar uma forma de coligação”, concluiu a fonte.
Selecção de candidatos a edis
Neste momento, segundo o mesmo porta-voz, a Renamo está num processo de selecção de pessoas que possam vir a ser candidatos a presidentes dos Conselhos Municipais, segundo deliberou o Conselho Nacional daquele partido.
Canal de Moçambique - 12.09.2012