O antigo Presidente moçambicano Joaquim Chissano defendeu hoje a unidade do partido, para a resolução dos problemas do país, durante uma aguardada intervenção no X Congresso da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).
Muito aplaudido pelos delegados, e dispondo de um tempo de intervenção acima dos três minutos que o presidente do partido, Armando Guebuza, raramente tem concedido a outros oradores, Joaquim Chissano defendeu que a Frelimo, "unida, contando com as próprias forças", é o exemplo de como se podem resolver problemas.
"Ninguém de fora vai resolver os nossos problemas, nós próprios é o que o devemos fazer, e tomemos este congresso como um exemplo", disse o presidente honorário da Frelimo.
O antigo chefe de Estado moçambicano apelou ainda à valorização das línguas nacionais em Moçambique, país de língua oficial portuguesa.
"Aqui, no congresso, cantámos, cada um na sua língua nacional, na sua língua local, mas muitos de nós não sabem o que eles estão a dizer nas canções", começou por dizer.
"Devíamos começar a valorizar as línguas nacionais aqui no seio do nosso partido. Não quer dizer que não vamos falar em português, mas devemos valorizar essas línguas porque são um conteúdo da nossa cultura", disse.
Joaquim Chissano evitou qualquer referência a eventuais divergências que mantém com a atual direção da Frelimo, presidida por Armando Emílio Guebuza, nem sobre pontos controversos de alteração de estatutos, em discussão no X Congresso.
A sua intervenção encerrou o período de debate, entrando o congresso na fase das votações. Hoje, será eleito o presidente da Frelimo, cargo a que apenas concorre o atual detentor, Armando Guebuza, e na quinta-feira serão eleitos os membros do comité central.
LAS.
Lusa – 2226.09.2012