Silvério Ronguane: a história da Frelimo
“Mondlane foi fundador; Samora, libertador; Chissano, pacificador
e; Guebuza, construtor”
Cláudio Saúte
O filósofo e docente universitário, Silvério Ronguane, fez uma apresentação semana finda a convite da Organização da Juventude Moçambicana (OJM), o braço juvenil do partido Frelimo. Na apresentação intitulada “50 anos da Frelimo,
contrato interageracional”, Ronguane categorizou os 4 presidentes da FRELIMO, desde Eduardo Mondlane, Samora Machel, Joaquim Chissano até Armando Guebuza.
Eduardo Mondlane: o “fundador”
Ronguane classificou Eduardo Mondlane como o “fundador”.
Disse que a título individual, Mondlane apresentou uma petição junto da Organização das Nações Unidas, sobre a independência de Moçambique.
Ele lutou e pediu a liberdade a título pessoal.
“Podem ter havido outras pessoas que fizeram muito para libertar o país do jugo colonial, mas Mondlane o fez de forma individual”.
Lembrou que em 1961, Eduardo Mondlane participou no 4º Congresso da “África Studies Association” com uma crítica contundente ao sistema colonial português.
No mesmo ano, toma a parte num seminário, em Nova Deli, sobre as colónias portuguesas organizado pela conferência das Organizações Nacionalistas das Colónias Portuguesas, ao lado de Marcelino dos Santos, Adelino Gwambe e outros.
“Mondlane em 1968 organizou e realizou o 2º Congresso da Frelimo, em que teve de reestruturar a organização de acordo com as reivindicações do grupo de Marcelino dos Santos, no sentido da definição ideológica da Frelimo enquanto movimento tendencialmente marxista-leninista”, disse Ronguane.
Samora Machel: o “libertador”
Para Silvério Ronguane, Samora Machel foi um revolucionário e como tal primava pelo engajamento do povo para o sucesso de Moçambique.
Simpatizava muito com o regime socialista como forma segura de protecção do povo entre si e ainda mais como forma de garantir o bem comum.
Disse que de todos os modos, Samora Machel era um homem de princípios claros, coerência política e ideológica e disciplina consciente. Samora é ícone para Moçambique e uma imagem reconhecida a nível mundial.
O marechal era um homem comum que encarava o amor, o humanismo, a amizade, a solidariedade para com todos os mais desfavorecidos. Samora era a favor do aumento da produtividade e contra a corrupção. Bastante popular, um autêntico líder carismático.
Como presidente, lançou grandes planos de socialização do campo e introduziu a moeda nova, em 1980, o metical. Nacionalizou a saúde, a educação, a justiça e as casas incluindo os prédios.
Apoiou a criação de campos de reeducação no centro e norte do país, onde eram deportados os “marginais” e os “bandidos”. Criou cooperativas de consumo, aldeias comunais e machambas estatais.
Joaquim Chissano: o “pacificador”
Segundo Ronguane, com o antigo presidente Joaquim Chissano abriu-se uma vaga de conciliação entre culturas e regiões no país. Como “pacificador”, as relações exteriores foram bastantes saudáveis, o que veio incrementar o desenvolvimento socioeconómico, político e cultural no país. Mesmo depois de deixar política, Chissano contínua a lutar e a defender as causas que sempre defendeu: a fome, os direitos humanos, a boa governação, a paz, a cultura e o desenvolvimento.
Coloca a sua longa experiência politica, diplomática e de vida em prol de Moçambique, África e de Humanidade.
Chissano fez os acordos de paz aos 4 de Outubro de 1992.
De lá para cá, Moçambique lidera a lista dos países africanos vivendo em paz. Foi pela excelente governação no tempo que dirigiu o país que se distinguiu e recebeu o prémio atributo a Estadistas, o de Mo Ibrahim, em Outubro de 2007.
Armando Guebuza: o “construtor”
Ronguane considera o actu al presidente da República de “construtor”. A ele devemos a reversão da Cahora Bassa.
Trabalhou na concepção e edificação da ponte da Unidade Nacional sobre o rio Zambeze.
“Com o construtor, Moçambique viu a sua face repleta e embelezada pela construção de portentosas infra-estruturas para acomodar os mais diversos ministérios, nomeadamente, a PGR, Ministério da Justiça, Turismo, Juventude e Desporto e outros. Não só isso, mas também a Estrada Nacional, que ainda nestes dias encontra-se a beneficiar de grandes construções”, disse sublinhando que coube a este “construtor” a materialização do Estádio Nacional do Zimpeto, da Vila Olímpica.
Marca a sua governação a série e incansável luta contra a corrupção e a pobreza absoluta, nas suas diversas manifestações.
A alocação dos 7 milhões aos distritos. Muitos camponeses passaram a ter contas bancárias devido a este fundo.
A electrificação rural é uma realidade. Guebuza, mais do que ideais vai deixar obras.
Canal de Moçambique - 12.09.2012