Graça Machel, histórica dirigente da Frelimo e viúva do primeiro Presidente de Moçambique, propôs hoje "um plano quinquenal para aproximar o partido do povo", e a demarcação de comportamentos atuais.
"Proponho que, ao mesmo tempo que temos um plano quinquenal do governo, tenhamos também um plano quinquenal do partido em que estes aspetos de como é que nos reforçamos, como inspiramos a população no nosso seio" sejam analisados, disse a atual mulher de Nelson Mandela, no X Congresso da Frelimo.
"Isso significa também uma demarcação completa com os comportamentos que caracterizam o militante da Frelimo, aumentando a credibilidade" do partido no poder em Moçambique.
O plano quinquenal "vai aumentar a identificação do povo connosco, para que se reduza o fosso que hoje existe, do tipo 'esses da Frelimo e o povo do outro lado'", acrescentou Graça Machel.
Momentos depois, um delegado de base advertia para os riscos de outro fosso, entre ricos e pobres, que, disse, "aumenta assustadoramente e pode semear tempestades para as gerações futuras".
No debate sobre o programa do governo, que voltou a ser aberto aos jornalistas, depois de indicações dadas em contrário por responsáveis da Frelimo, Sérgio Vieira, outro histórico dirigente, apelou para a regulação do setor mineiro.
"Tem que se criar normas por lei para a exploração dos recursos minerais", propôs Vieira, que neste congresso abandona o comité central, e que tem sido um crítico da atividade das grandes empresas mineiras internacionais que extraem carvão na província de Tete.
LAS
Lusa – 25.09.2012