Fabricado em Portugal e montado em Monkey Bay, no Malawi, o Chambu, nome pelo qual foi baptizado, poderá resolver, em parte, o problema de transporte de passageiros e mercadorias entre as várias regiões banhadas pelo Lago Niassa, situação agravada com a paragem de circulação do navio malawiano, Ilala, que ligava o distrito de Mangoche, no Malawi, ao posto administrativo de Cóbwè, no distrito do Lago, com uma escala na vila municipal de Metangula. Chambu é um peixe característico do Lago Niassa e mais consumido pela população local, e não só.
Enquanto as autoridades ligadas à gestão dos transportes do nosso país continuam indecisas quanto à definição da rota daquele barco, a ansiedade das comunidades cresce e, ao mesmo tempo, a paciência destas parece esgotar-se.
A questão do cálculo do preço continua ainda uma incógnita, apesar de, segundo Boaventura José Jacob, administrador marítimo de Metangula, a primeira proposta apontar para cinco meticais/milha, um preço, na opinião de muita gente, considerado exorbitante, uma vez que o rendimento da maior parte dos utilizadores provém da pesca de subsistência e agricultura.
O barco que brevemente poderá estar disponível para a população do Lago é espaçoso, moderno e com todo o equipamentos de segurança. Mede 24 metros de comprimento e 7,2 de largura, com uma capacidade para transportar, por viagem, duas viaturas.
Um concurso visando a construção de uma ponte-cais para acostagem do barco já foi lançado, esperando-se, a qualquer altura, pelo apuramento do vencedor. Neste momento, tal como acontecia com o malawiano Ilala, para os passageiros terem acesso ao Chambu precisam de barcos auxiliares, que os transportam para aquele barco, acostado a cerca de trinta metros da terra.
Enquanto isso, o governador do Niassa, David Ngoane Malizane, visitou, no passado sábado, o barco Chambu para se inteirar das condições em que se encontra, tendo, na altura, juntamente com alguns quadros provinciais e distritais dado um curto passeio e, ao que tudo indica, ficou impressionado com o que viu. Na altura, decidiu-se que, por questões de segurança, o barco devia ser transferido do local onde se encontra para passar à guarda da Base Naval do Lago.- André Jona